With his letters and journals, and his life, by Thomas Moore, Esq. In fourteen volumes. Vol. I [- Vol. XVII]. John Murray. London. 1832-33.

17 Volumes de 18x11,5 cm. Com xv, 359, [i]; [viii], 341, [i]; [viii], 376; [viii], 359, [i]; [viii], 376; [viii], 416; xv, 319, [i]; x, [ii], 328; vi, [i], 360; xix, 316; viii, 326; vi, [ii], 324; vi, [ii], 369, [i]; [viii], 360; vi, [ii], 334; vi, [ii], 335, [i]; viii, [ii], 304 págs.

Encadernações editoriais originais da primeira tiragem em tela verde com efeito «moiré» e gravações a ouro na lombada. Guardas decorativas com padrões geométricos coloridos.

Ilustrado com 34 gravuras calcográficas sobre aço, executadas por William e Edward Finden a partir de desenhos de J. M. W. Turner, Clarkson Stanfield, J. D. Harding, W. Westall e George Cattermole, entre outros. Cada volume apresenta duas gravuras em anterrosto, protegidos por folha de papel vegetal solta. As gravuras representam paisagens e localidades associadas à vida e obra de Byron, constituindo um testemunho iconográfico de elevado valor artístico, que durante gerações fixou a imagem visual do universo byroniano.

Exemplar com defeitos apenas nos dois primeiros volumes. Primeiro volume com primeiro caderno desconjuntado e algumas folhas quase soltas; lombada e pasta anterior descoladas do miolo; frontispício com foxing. Segundo volume com miolo completamente solto, primeiro e último cadernos fragilizados com algumas folhas em vias de se soltar. 

Rara primeira edição colectiva completa das obras de Byron, publicada por John Murray entre Janeiro de 1832 e Junho de 1833. Conjuntos que preservem as encadernações originais nas presentes condições são extremamente raros e valiosos, tendo a grande maioria sido posteriormente reencadernado. Estas encadernações conferem ao exemplar um interesse bibliográfico assinalável por testemunharem um marco na história do livro impresso: esta foi a primeira série literária a utilizar gravação a ouro directamente sobre tecido em escala comercial, importante inovação técnica que se tornaria a norma na época vitoriana. 

Primeiras páginas de cada volume com índice de conteúdos. Alguns volumes incluem pequeno aviso explicativo contextualizando as obras do respectivo volume.

Originalmente anunciada em catorze volumes — menção que se mantém nas folhas de rosto dos primeiros doze —, a colecção foi expandida para dezassete durante a publicação, a fim de acomodar notas adicionais e incluir integralmente o poema satírico «Don Juan». Esta edição, destinada a um público de classe média através do formato oitavo acessível, teve grande sucesso comercial e dominou os estudos byronianos durante mais de meio século, não sendo substituída até à edição crítica de Prothero e Coleridge (1898–1901). Os seis primeiros volumes reproduzem a biografia e correspondência de Byron preparadas por Thomas Moore, inicialmente publicadas em formato quarto de luxo em 1830–1831; os restantes onze volumes contêm a obra poética completa, desde «Hours of Idleness» e «Childe Harold's Pilgrimage» até aos dramas e ao «Don Juan».

O presente exemplar conserva as encadernações editoriais originais em tela verde com efeito de seda ondulada, tal como foram emitidas pela editora John Murray. O primeiro volume, notavelmente, preserva ainda a etiqueta de papel verde na lombada impressa a ouro com o título e uma coroa — característica das primeiríssimas tiragens, anterior à inovação técnica que permitiu gravar directamente sobre a tela. Entre a publicação do primeiro e do segundo volume, o encadernador londrino Archibald Leighton (1784–1841) aperfeiçoou o processo de preparação do tecido, permitindo que os restantes dezasseis volumes recebessem a gravação a ouro directamente sobre a tela. 

A colaboração dos irmãos Finden nas gravuras — que trabalhavam simultaneamente nas «Landscape Illustrations» publicadas em fascículos mensais como complemento a esta edição — contribuiu decisivamente para estabelecer a iconografia romântica das paisagens mediterrânicas e orientais que Byron celebrizara na sua poesia.

George Gordon Byron, 6.º Barão Byron (Londres, 1788 – Missolonghi, 1824), foi poeta e figura central do Romantismo inglês. Celebrizou-se com «Childe Harold's Pilgrimage» (1812–1818) e com os contos orientais em verso «The Giaour» (1813), «The Corsair» (1814) e «Lara» (1814). A sua obra-prima satírica «Don Juan» (1819–1824), deixada incompleta, é considerada uma das maiores realizações da poesia inglesa. Exilado de Inglaterra em 1816 na sequência do escândalo do seu divórcio e de rumores de relações incestuosas com a meia-irmã, viveu em Itália até 1823, ano em que partiu para a Grécia para apoiar a guerra de independência contra o Império Otomano, vindo a falecer de febre em Missolonghi.

Thomas Moore (Dublin, 1779 – Sloperton, 1852) foi poeta irlandês e biógrafo, célebre pelas «Irish Melodies» (1808–1834) e pelo romance oriental «Lalla Rookh» (1817). Amigo íntimo de Byron durante cerca de vinte anos — a quem este dedicou «The Corsair» —, foi encarregado da redacção da biografia autorizada após a destruição controversa das memórias manuscritas do poeta em 1824. A sua «Letters and Journals of Lord Byron, with Notices of his Life» (1830) foi aclamada pela crítica como uma das melhores biografias em língua inglesa.

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Ref.:

Oxford Dictionary of National Biography, «Byron, George Gordon Noel, sixth Baron Byron»; «Moore, Thomas»; «Finden, William».

Sadleir, Michael. Citado em History of Information, «John Murray's "The Works of Lord Byron": The First Gilt-Stamped Cloth Publisher's Bindings».