RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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MENDES PINTO. (Fernão) HISTORIA ORIENTAL DE LAS PEREGRINACIONES [1620]

DE FERNAN MENDEZ PINTO PORTVGVES, ADONDE SE ESCRIVEN muchas, y muy estrañas cosas que vio, y oyò en los Reynos de la China, Tartaria, Sornao, que vulgarmente se llama Siam, Calamiñam, Peguu, Martauan, y otros muchos de aquellas partes Orientales, de que en estas nuestras de Occidente ay muy poca, ò ninguna noticia. CASOS FAMOSOS, ACONTECIMIENTOS ADMIRABLES, leyes, gouierno, trages, Religion, y costumbres de aquellos Gentiles de Asia. TRADVZIDO DE PORTVGVES EN CASTELLANO POR el Licenciado Francisco de Herrera Maldonado, Canonigo de la Santa Yglesia Real de Arbas. AL EXCELENTISSIMO SEÑOR DON DVARTE, MARQVES de Flechilla, y Villarramiel, Marques de Malagon, señor de las villas de Paracuellos, la Porçuna, y Hernancauallero, Alferez mayor de la Orden y Caualleria de Alcantara, y Comendador de Castilnouo. Año [vinheta com escudo armoriado das armas Reais de Portugal]. 1620. Con Privilegio. En Madrid, Por Tomas Iunti, Impressor del Rey nuestro señor. Impressa a costa de Manuel Rodriguez, Mercader de Libros. Vendese en su casa frontero de san Basilio, y en Palacio.   

In fólio de 28,5x21 cm. Com [v], viii, [i], iv fólios e 481 (i. é 483), [i br.] págs.

Encadernação recente, inteira de pergaminho flexível, com ferros a ouro em casas fechadas na lombada e com as armas de Portugal gravadas a ouro ao centro das pastas, decoradas com cercaduras, com dois fechos com botões de corda.

Ilustrado com o brasão das Armas Reais de Portugal gravado ao centro da parte inferior da folha de rosto, com belo florão de remate no fim do catálogo de autores que escreveram sobre a Ásia, com um belo cabeção decorativo e uma inicial decorada na primeira folha do texto. Impressão com texto corrido nas folhas preliminares e disposto a duas colunas, no catálogo, índice dos capítulos e no corpo da obra.  

Exemplar com dois pequenos furos marginais na folha de rosto, que apresenta pequena mancha à cabeça e no canto inferior com pico de traça restaurado; com leves manchas marginais nas folhas preliminares. Com pequenas marcas de foxing ao longo do texto e leve acastanhamento das folhas próprio da qualidade do papel. 

Exemplar completo com um total de 483 páginas pois tem a numeração das páginas 478 e 479 repetida.  

As primeiras folhas preliminares sem numeração contêm a transcrição do auto real sobre a impressão de livros de 19 de Outubro de de 1617, a dedicatória a D. Duarte, Marquês de Flechilla, o privilégio real, as aprovações de Fr. José de Castro, do Mestre Espinel  e do Doutor Cetina, fé de erratas assinada pelo licenciado Murcia de la Llana e a taixa assinada por Martin Segura. O segundo conjunto de folhas preliminares numeradas de 1 a 8 contêm a Apologia de Fernão Mendes Pinto pelo tradutor, segue-se uma folha sem numeração com um catálogo de autores que escreveram sobre a Ásia e as 4 folhas seguintes numeradas incluem o índice dos capítulos da obra. Na pagina 481 depois do fim do texto assinalado pelo Laus Deo, apresenta o colofon em que o impressor é designado por - Tomas de Junta.     

Raríssima primeira edição da tradução castelhana da autoria de Francisco de Herrera Maldonado. Esta é a variante com dedicatória a D. Duarte Marquês de Flechilla e o brasão das armas de Portugal na folha de rosto. Existem pelo menos mais duas variantes, a saber: com a dedicatória ao Marquês e o seu escudo de armas na folha de rosto, ou com dedicatória a Severim de Faria e com o respectivo brasão na folha de rosto. Está pendente de futuros estudos comparativos uma conclusão sobre se são variantes de uma mesma edição ou edições diferentes. 

Esta tradução tem excepcional importância para o estudo da obra por dois motivos: o tradutor teve acesso a manuscritos da obra que são desconhecidos nos nossos dias;  por outro lado, publicada apenas 6 anos depois da 1ª edição Portuguesa de 1614, foi o ponto de partida para a enorme divulgação da Peregrinação em toda a Europa, pois foi a partir do texto de Maldonado que foram realizadas as traduções para outras línguas.

A Peregrinação é uma obra de caráter novelesco, ímpar na literatura mundial pelo seu estilo, uma obra de arte de grande classe, uma das maiores criações romanescas produzidas na Península Ibérica por um autor de elevada sensibilidade artística e com notável capacidade para criar personagens, espectáculos e pequenas novelas inseridas na narrativa principal.

É a primeira obra a nível mundial que transmite a tomada de consciência da unidade do mundo, através da sua diversidade, consequência do encontro de civilizações resultante dos descobrimentos portugueses. Baseada na vasta e rica experiência obtida pelo autor na sua aventurosa vida, durante os anos de juventude e nas viagens pelo Oriente, a sua apresentação do mundo exótico oriental e da reacção dos portugueses de quinhentos ao ambiente asiático, apesar de não ser factualmente exacta, tem muito de verdade.

Foram estas características que a tornaram um best seller mundial no século XVII e XVIII, (6 edições castelhanas, 4 inglesas, 6 francesas, 6 holandesas, 2 alemãs) pois era a primeira informação de conjunto sobre o Extremo Oriente, com o atractivo especial de apresentar essa informação sob uma forma romanesca, que conseguia atingir públicos mais vastos do que os tratados históricos e descrições oficiais.

A obra tem afinidades com D. Quixote de Cervantes e com a novela picaresca espanhola, apesar de ao contrário desta não ser só duramente sarcástica e negativa, mas conter, além disso, sentimentos positivos e a esperança num aperfeiçoamento dos seres humanos.

A obra de Mendes Pinto é uma percussora do Orientalismo e do Exotismo muito em voga nos séculos XIX e XX, mas tem a superioridade de não ter só um aspecto turístico, distanciado, característico das referidas tendências, tem, pelo contrário, uma aproximação de grande inteligência, sensibilidade e receptividade a estas novas civilizações.

A Peregrinação inclui numerosas críticas indirectas à mentalidade e a comportamentos negativos dos portugueses tal como o espirito de casta levada a extremos, veja-se a história dos portugueses a cumprir trabalhos forçados na construção da muralha da China que se batem e se esfaqueiam para averiguar quem é mais fidalgo se os Madureiras se os Fonsecas, a ganancia e a violência sem objectivo personificada na personagem do aventureiro António de Faria capaz dos actos da maior coragem e valor assim como das piores baixezas e crimes.

Fernão Mendes Pinto (Montemor-o-Velho c. 1510 – Pragal, Almada 8 de Julho de 1583) De origens humildes, veio para Lisboa em 1521, para ganhar o sustento no séquito de casas fidalgas. Em 1537 embarcou para a índia permanecendo no Oriente durante cerca de 21 anos, principalmente na Ásia do Sudeste, na China e no Japão onde passou grandes aventuras, como ele diz «trabalhos, cativeiros, fomes, perigos e vaidades», tentando fazer fortuna fora e à margem, dos círculos oficiais da estrutura administrativa do Império Português. Esta fase da sua vida só é documentada, praticamente, pelas numerosas referências nos documentos da Companhia de Jesus à qual Mendes Pinto pertenceu durante um breve período, levado pela admiração que sentia pela figura de S. Francisco Xavier. Regressado a Portugal em 1558, casou, teve duas filhas, comprou uma quinta no Pragal perto de Almada, exerceu importantes funções na Misericórdia desta vila, havendo referências indirectas a ter sido Juiz da Vila de Almada, recebeu as visitas de Filipe II e do Padre Pedro Maffei, jesuíta italiano, acompanhado pelos padres João Rebelo e Gaspar Gonçalves que queriam recolher informações sobre a China. A Peregrinação, terminada em 1580, por motivos desconhecidos só foi impressa em 1614, apesar de ter licenças da Inquisição desde 1603.

 Probably the most famous travel book of the 16th Century, with a vivid account of the first European trade routes in the Far East.

In folio. 28.5x21 cm. [v], viii, [i], iv folios and 481 (i. is 483), [i bl.] pp.

Late 19/early 20th Century half calf binding.

Text printed in double columns.

Complete copy with a total of 483 pages as it has page numbers 478 and 479 repeated.

Rare first edition of the Castilian translation by Francisco de Herrera Maldonado. This is the variant with a dedication to D. Duarte Marquis of Flechilla and the coat of arms of Portugal on the title page. There are at least two other variants, namely: with a dedication to the Marquis and his coat-of-arms on the title page, or with a dedication to Severim de Faria and the respective coat-of-arms on the title page. A conclusion as to whether they are variants of the same edition or different editions is pending further comparative studies. 

Peregrinação is a work of the highest authority on the travels and actions of the Portuguese in the Far East during the 16th Century. However is an account that has awakened doubts and regreatable malicious conceptions based in a narrow minded religious conception of the time, originated in the saying: Qui multum perigrinatur, raro santificatur” viz. “He who travelled much is seldom canonized”. Similarly in England we find the expression “a travellers’ tale” aplied to any not very credible story. A like fate had the famous Portuguese Fernão Mendes Pinto, who, between the years 1537-1558, journeyed through the most different parts of Asia, and during this 21 years wanderings, as he himself says, was sold sixteen times, was a slave thirteen times, and was shipwrecked five times. (vide Introduction by Arminius Wambéry to The Voyage and Adventures of Ferdinand Mendez Pinto, the Portuguese, London, 1897).

This is one of the greatest books by a European traveler in the East and is a classic of Portuguese literature.

Mendes Pinto's work is a forerunner of the Orientalism and Exoticism very much in vogue in the 19th and 20th centuries, but it has the superiority of not having only a touristic, distanced aspect, characteristic of the referred tendencies. On the contrary, it has an approach of great intelligence, sensibility and receptivity to these new civilizations.

The Peregrinação includes numerous indirect criticisms of the mentality and negative behaviours of the Portuguese, such as the caste spirit taken to extremes, like the story of the Portuguese forced labourers building the Chinese wall who beat and stab each other to find out who was more noble, the Madureiras or the Fonsecas, the greed and aimless violence personified in the character of the adventurer António de Faria, capable of the most courageous and valour acts as well as the worst baseness and crimes.

Mendez Pinto (1509-1583) was a Portuguese soldier, sailor, adventurer, merchant, doctor, missionary and ambassador. He embarked to India in 1537 in a fleet commanded by the son of Vasco da Gama and traveled for 21 years, fought and traded in China, Tartary, Pegu and the neighboring countries, sailing in every sea. Mendes Pinto went to the mouth of the Mekong River and was in Japan before the arrival of St. Francis Xavier. He became later his friend and traveling companion. He traveled extensively in Asia between 1537 and 1557. In 1542 he landed in Japan and gained the favor of a feudal lord, to whom they claim to have given the first firearm to have entered Japan, the Portuguese “arquebus”. This is the source of Pinto"s claim to be the first westerner to enter Japan. The weapon was rapidly reproduced and had a major impact on the ongoing Japanese civil wars. He is credited for the opening up of Indo-China trade. He joined the Society of Jesus and St. Francis gave him the money with which to build the first Jesuit establishment in Japan. Mendez accompanied the Jesuits as ambassador from the Portuguese Viceroy of India to the King of Bungo. While a number of the details of his work are obviously taken from other accounts, such as the visits to Ethiopia and Tibet, the total picture given of Asia in the first half of the 16th century has undoubted authenticity.

Ref. bibliográficas:

Francisco Roque de Oliveira. Leituras e transcrições do manuscrito inédito da Peregrinação. In: A Peregrinação de Fernão Mendes Pinto: 400 anos da sua publicação. ICEA e Academia de Marinha: Lisboa, 2016.     

C.R. Boxer, Fernão Mendes Pinto. In Dicionário da História de Portugal, 3º Vol. pág.

António José Saraiva, Prefácio à Peregrinação. Clássicos Sá da Costa. Lisboa.

Alexandre M. Flores, et alia. Fernão Mendes Pinto. Subsídios para a sua bio-bibliografia. Almada. 1983

Iberian Books IB53025

USTC, nº 5011951

Palau (1990, tomo V, pag. 146) e Palau (1956, Tomo 9, pags. 20 163203).

Azevedo e Samodães, 2074.

Inocêncio II, 285

Ref.: Cordier (Japonca), p. 36.

Brunet IV, 670.

Leite de Faria, 24-1.


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Referência: 2203PG006
Local: M-10-C-36


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