RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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GUSMÃO. (Alexandre de) O CORVO E A POMBA DA ARCA DE NOÉ.

No sentido Allegorico, e Moral. PELO PADRE ALEXANDRE DE GUSMAÕ, Da Companhia de JESU da Provincia do Brasil. Obra Posthuma. LISBOA OCCIDENTAL, Na Offic. de BERNARDO DA COSTA, Impressor da Religião de Malta. Anno M. DCCXXXIV. Com todas as licenças necessarias.

In 8º de 15,3x10,8 cm. Com xxii, 221, [i em br.] págs. Encadernação da época inteira de pergaminho rígido.

Folha de rosto a preto e vermelho. Impressão em caracteres redondos de diversas dimensões e alguns itálicos, ornamentada com cabeções com motivos vegetalistas enquadrando ao centro o trigrama sagrado com a cruz e as setas sistematicamente usado nos livros da Companhia de Jesus.   

Exemplar com minúsculo pico de traça no centro da folha de rosto e que perfura o livro até página 176, com outro furo de traça que chega a atingir o texto, mas sem prejudicar a leitura, nas páginas 189 a 210 e com pequenos furos de traça junto ao festo e algumas manchas na parte final do livro. Tem falta da folha de anterrosto mas apresenta todas as licenças que em outros exemplares não estão completas.  

Muito rara e única edição desta obra publicada dez anos depois da morte do padre Alexandre de Gusmão. 

As folhas preliminares contém um proémio e as licenças datadas de 30 de Maio de 1733 a 27 de Fevereiro de 1734, com aprovações do Padre António Manso, da Companhia de Jesus, Fr. João Baptista Troiano, Fr. Marcos de Santo António e de Fr. António do Sacramento. O índice ocupa as páginas 217 a 221.     

Obra, que é um clássico da literatura portuguesa, como todas as do Padre Alexandre de Gusmão  e que se insere no gigantesco esforço de ensino e evangelização realizado pela Companhia de Jesus. O seu estilo barroco caracteriza-se pelo uso de metáforas e pelo seu desenvolvimento construindo um texto que persuade através do deleite que causa a sua beleza literária.    

Nela o autor explora novamente e estrutura dicotómica que já utilizou na sua anterior obra - Historia do Predestinado Peregrino e seu irmão Precito, de 1682, comparando a duas aves, com a exploração de diversos significados morais e metafóricos próprios de cada uma para exortar os religiosos e os leigos a desenvolverem as virtudes morais que associa à pomba e a evitarem os exemplos atribuídos ao corvo que simbolizam os que se condenam por seguirem apenas os apetites e as paixões.   

ALEXANDRE DE GUSMÃO (Lisboa 1629 - Cachoeira, Baía 15 de Março de 1724) Entrou para a Companhia de Jesus, em 28 de Outubro de 1646 e é um dos mais notáveis membros da Companhia a par do Padre António Vieira, com quem entrou em polémica, pois divergiu dele nalgumas questões relativas à catequização dos índios o que lhe valeu severas críticas do grande orador e missionário. A mais destacada característica do Padre Alexandre de Gusmão foram a suas elevadas qualidades pedagógicas e o seu amor ao ensino, que exerceu durante toda a vida. O Padre Serafim Leite considerou-o o maior pedagogo do Brasil colonial. Também era notável pela humildade, pureza e total dedicação ao trabalho até quase à exaustão, estando a ser preparado o seu processo de canonização, que ficou suspenso, quando a Companhia de Jesus foi expulsa do Brasil, em 1759.       

Na sua extensa vida de noventa e quatro anos distingue-se um primeiro período em que, apesar de já se dedicar continuamente ao ensino e evangelização, desempenhou ao mesmo tempo altos cargos no governo da Província da Companhia de Jesus no Brasil. O segundo período, marcado pela fundação do Colégio da Cachoeira, que se descreve mais abaixo, e que no início se conjuga ainda com as funções de governo, foi dedicado a uma intensa acção pedagógica de ensino e evangelização com a fundação de colégios, a pregação (foi também um pregador notável) o exercício de funções docentes e a escrita de livros destinados ao ensino da doutrina da Igreja Católica a religiosos e leigos de todas as raças, segundo os métodos da Companhia de Jesus. 

O elevado nível pedagógico com que exerceu as suas funções de professor fica patente no caso dos irmãos Gusmão, que adoptaram o apelido por terem sido apadrinhados por ele e depois foram seus alunos, no colégio da Cachoeira, perto da Baía, e que se tornaram personagens notáveis da História de Portugal. O mais velho, Bartolomeu de Gusmão (Santos 1685 - Sevilha 1724) diplomata e Académico da Academia Real de História a quem se atribui o invento dos balões aerostáticos, e o mais novo, Alexandre de Gusmão (Santos 1695 - Lisboa 1753) Secretário particular de D. João V e célebre diplomata e escritor, que foi responsável pela negociação com a Espanha do tratado de demarcação das fronteiras do Brasil.     

Alexandre de Gusmão foi ordenado sacerdote, em 2 de Dezembro de 1658 e já era mestre de noviços desde 7 de Julho de 1654, no Colégio do Rio de Janeiro. De 7 de Março de 1663 a 12 de Julho de 1665 e de 15 de Abril de 1666 a 5 de Junho de 1667, foi Vice-Reitor e depois Reitor do Colégio de S. Miguel, na cidade de Santos, de 9 de Março de 1669 a 26 de Junho de 1670 foi Reitor do Colégio do Espírito Santo. Consolidando a sua carreira na estrutura hierarquia da província de 13 de Novembro de 1676 a 15 de Agosto de 1679 foi secretário do Padre José de Seixas, Provincial de 1675 a 1681. De 5 de Agosto de 1681 a 1684 foi Reitor do Colégio da Baía, a principal instituição de ensino do Brasil. Culminando a sua ascensão na hierarquia da Província do Brasil da Companhia de Jesus exerceu as funções de provincial de 1684 a 15 de Maio de 1688 e novamente de 7 de Julho de 1693 a 2 de Dezembro de 1697.   

Durante o seu primeiro mandato como Provincial, em 13 de Abril de 1687, tinha fundado o Seminário de Belém, na Vila de Nossa Senhora do Rosário, na Cachoeira, projecto pedagógico de excelência, para a evangelização e o ensino a que dedicaria todas as suas forças e onde seria até ao fim da vida professor e por diversas vezes seu Reitor, nomeadamente de 1698-1699, 1715-1716 e Vice Reitor de 1716 a 1717.   

Ref:  

César Augusto Martins Miranda de Freitas. Alexandre de Gusmão: da Literatura Jesuítica de Intervenção Social. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. 2011. Tese de doutoramento. Páginas 75 a 77. 

Borba de Morais I, 384. Apresenta a paginação x fl.  e 221 págs.  

Sommervogel 3, 1960. 

Inocêncio I, 32.  

Barbosa Machado I, 95 a 97.  

 


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Referência: 2102PG006
Local: M-11-D-5


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