Desde o começo da monarchia até o fim do reinado de Affonso III. Por A. Herculano. Tomo I [a Tomo IV]. Quinta Edição. Antiga Casa Bertrand - José Bastos & C.ª - Livraria Editora. Lisboa. S.d. [1875].

4 Volumes de 22x14,5 cm. Com xvi, 556, [ii]; 549, [ii]; [iv], 454; 492 págs. Encadernações inteiras de pele com nervos, rótulos e ferros a ouro nas lombadas e elaborados ferros a seco nas pastas, seixas e nas lombadas. Cortes das folhas carminados e folhas de guarda decorativas em papel fantasia de tons esverdeados.

Páginas preliminares do primeiro volume com a advertência da quarta edição e prefácio da terceira.

Conjunto muito importante desta obra fundamental da historiografia portuguesa, reunindo os quatro volumes publicados da História de Portugal que abarca o período de 1097 a 1279.

Alexandre Herculano é considerado o fundador da historiografia moderna portuguesa e o primeiro a ter uma abordagem científica da história nacional, realizando uma reflexão e investigação inovadoras sobre a história dos municípios portugueses. A obra, embora inacabada, permaneceu até ao século XX como a grande síntese da história medieval portuguesa, pelo rigor documental, pela clareza da exposição e pela amplitude da visão histórica do autor.

O volume I começa com uma introdução sobre as origens de Portugal e prossegue com o Livro I (1097-1128). O volume II contém os Livros II (1128-1185) e III (1185-1211). O volume III apresenta o Livro IV (1211-1223) e o Livro V (1223-1247). O volume IV divide-se em duas partes: o Livro VI (1248-1279) e, sobretudo, o Livro VII, dedicado à organização social (os concelhos modernos) e dividido em três partes fundamentais sobre o municipalismo português, nas quais Herculano expõe a sua visão sobre a criação dos concelhos e os moçárabes.

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 1810 – Vale de Lobos, Santarém, 1877) foi historiador, novelista, poeta e jornalista, figura central do romantismo português e do liberalismo. Participou nas lutas liberais, tendo combatido no cerco do Porto. Dirigiu a Torre do Tombo entre 1852 e 1856, até se demitir na sequência de um conflito com o governo sobre a nomeação de José da Costa e Silva Macedo para guarda-mor da Torre do Tombo. Retirou-se então para Vale de Lobos, onde se dedicou à agricultura e prosseguiu os seus trabalhos literários e históricos, embora nunca tenha concluído esta História de Portugal. Além desta obra, publicou Eurico, o Presbítero (1844), O Monge de Cister (1848), Lendas e Narrativas (1851), O Bobo (1878, póstumo), entre muitos outros títulos. A sua vasta obra histórica inclui ainda História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859) e Opúsculos (1873-1908).

Referência:
Inocêncio I, 34; VIII, 32.