História, Cultura e Producção. Por… Socio da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Viuva Bertrand & C.ª Successores Carvalho & C.ª Lisboa. 1879.

De 23x15 cm. Com xv, 526, [ii] págs. Encadernação com lombada e cantos em percalina, com gravações a ouro.

Exemplar com fotocópia de ex-libris heráldico de Manuel Andrade e Sousa.

As folhas preliminares contêm uma dedicatória impressa ao Imperador D. Pedro II, o índice das partes capítulos e respectivas subdivisões, a prefação do autor, datada de Lisboa, Agosto de 1879. As paginas finais contêm uma errata e o colofon, que informa ter sido o livro impresso na Tipografia Luso Hespanhola de D. Gumersindo de la Rosa.

Obra rara e importante como afirma Borba de Morais, com uma muito completa descrição de todos os assuntos relativos à cultura, colheita, preparação e comercialização do café assim como de vários dos produtos similares, concedendo grande destaque ao Brasil. O autor foi cônsul desse país em Lisboa.

Está dividida em cinco partes. A primeira parte é dedicada à descrição da planta e à narração da história do cafeseiro e do café; a segunda parte aborda a cultura do cafeseiro, descrevendo a sementeira, transplantação, conservação, pragas que afectam a planta, a poda, a colheita e a preparação do café, assim como a cultura do cafeseiro na Arábia, Antilhas, Índia, Java, Brasil e Libéria. A terceira parte é consagrada às variedades comerciais existentes na época, segundo as suas origens geográficas. No fim desta parte alude brevemente aos cafés de São Tomé e de Angola. A Quarta parte é dedicada aos produtos inventados para substituir o café, a partir de diversos tipos de plantas, como a chicória, são referidas as falsificações, as propriedades químicas do café, as propriedade fisiológicas, e as formas de o preparar. A quinta parte apresenta um grande número de dados estatísticos sobre a produção e comércio do café com especial atenção ao Brasil, em que fornece estatísticas para os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Baía, Pernambuco, Ceará e Espírito Santo. Inclui estatísticas sobre Ceilão, Java, Jamaica, Barbadas, Venezuela, Haiti, Dominica, Cuba, Porto Rico Guadalupe e Maria Galante, Sumatra, Manila, Guatemala, Costa Rica, Guiana Francesa, inglesa e holandesa, Ilha da Reunião e Martinica.          

Paulo Porto Alegre (1842 - ?) fez os estudos primários no imperial colégio de Pedro II, no Rio de Janeiro; de 1859 a 1862 frequentou a universidade de Berlim, onde cursou ciências naturais, matriculou se no instituto químico farmacêutico de Berlim, em 1862, onde assumiu as funções de director do laboratório de análises qualitativas e quantitativas. A partir de 1863 frequentou a célebre academia de minas de Friburgo, na Saxónia, obtendo o diploma de engenheiro civil de minas e fundições. No ano de  1866 matriculou-se na Imperial e Real Academia de Minas em Leoben, na Áustria, frequentando com especialidade os cursos de siderotecnia. Nos anos lectivos de 1868 e 1869 frequentou a universidade de Heidelberg, em Baden, auxiliando nesse acreditado instituto científico o eminente professor de química, Sr. Robert Bunsen. Em 1877 foi nomeado vice-cônsul do Brasil em Portugal e logo depois, em 1879, cônsul.

Borba, II, 686.

Inocêncio XVII, 157.