Dedicado e descarregado em todos os senhores da segunda legislatura. pelo thesoureiro do padre cura d`aldeia. Impressão da Rua formosa nº 42. Lisboa. 1824.

De 21x15 cm. Com 53 [i] págs. Encadernação com lombada em percalina.

Exemplar com anotação, assinaturas de posse e carimbo oleográfico na folha de rosto. Apresenta corte no canto inferior de todas as páginas.

José Agostinho de Macedo, (Beja, 1761 - Lisboa, 1831), pertenceu à Ordem dos Agostinhos, de que foi expulso, andou de convento em convento e conheceu a prisão. Com Bocage, de quem mais tarde foi inimigo figadal, fundou a Nova Arcádia e usou o nome de Belmiro Tagideu. Instável nas opções políticas, cedo aderiu ao miguelismo e defendeu em muitos panfletos violentos as doutrinas absolutistas. Uma das singularidades da literatura de José Agostinho é o contínuo trabalho de refundição dos textos.

De edição para edição, há sempre modificações de fundo, por vezes alterações de textos na sua quase totalidade. Aconteceu isso com O Oriente e com o famoso Os Burros (1827), onde, de edição para edição, há novas personagens políticas e literárias a serem atacadas com novos vitupérios. Os protestos ou ameaças de certos inimigos mais influentes levavam o poeta a riscar os seus nomes para os substituir por outros menos incómodos.

A sua produção literária, bastante fecunda, saldou-se na publicação de quase trezentas obras, entre cartas, sermões, comédias, sátiras, tragédias, traduções de poetas clássicos e autores italianos e ingleses, elogios a monarcas, textos filosóficos, um poema dedicado a Newton, diversos jornais, para além de alguns textos que se perderam. Inocêncio da Silva catalogou 270 obras publicadas, fora 41 manuscritos que detinha em sua posse.

Cf. Inocêncio Francisco da Silva, Dicionário Bibliográfico Português – Tomo IV, Lisboa, Imprensa Nacional, 1860, pp. 183-215.