Livraria Chardron, de Lello &; Irmão, editores. Porto. 1929. 

De 19,5x12,5 cm. Com xlvii, 297 págs. Encadernação com lombada em pele, com nervos, rótulos e ferros a ouro. Pastas e folhas de guarda em papel decorativo, corte das folhas caminado à cabeça ligeiramente desgastado, e preserva as capas de brochura. Inclui fita em tira de cetim. Ilustrado em face da folha de rosto com um retrato a preto e branco do autor, sobre papel couché.

As páginas preliminares contêm um In Memoriam dos editores, e um extenso prefácio do filho do escritor, José Maria de Eça de Queiroz.

Obra póstuma de Eça de Queirós, em que o escritor cria uma personagem inventada, um quase heterónimo dando-lhe uma vida e escrevendo cartas em seu nome a Antero de Quental, Ramalho Ortigão e outros membros do Grupo Cenáculo que se reunia na casa de Jaime Batalha Reis.

Fradique Mendes é uma personagem fictícia, primeiro criada por Eça de Queirós, Antero de Quental e Jaime Batalha Reis ao tempo do Cenáculo, a quem Eça atribuirá as cartas publicadas na imprensa entre 1888 e 1900, posteriormente compiladas nos livros A Correspondência de Fradique Mendes e Cartas Inéditas de Fradique Mendes.

Em carta de 1885 a Oliveira Martins, Eça refere-se ao projeto como 'uma série de cartas sobre toda a sorte de assuntos, desde a imortalidade da alma até ao preço do carvão', acrescentando, em carta ao mesmo de três anos depois, tratar-se, de facto, de uma 'novela - novela de feitio especial, didática e não dramática, mas enfim novela com uma narração, uma ação, episódios, uns curtos de diálogo e até paisagens'.