RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

Recuperar password

Livros disponiveis: 97447

English   
 
   

Clique nas imagens para aumentar.



TOUSSAINT. (François-Vincent) LA BALANCE CHINOISE, OU LETTRES D’UN CHINOIS LETTRÉ, SUR L’EDUCATION,

Contenant un Paralelle de celle de la Chine avec celle de l’Europe. A Amsterdam & Leipzig. Chez J. Schreuder & P. Mortier. MDCCLXIII. [1763].

In 8.º de 15,5x10 cm. Com 291, [i] págs. Encadernação inteira de pele, com nervos e ferros a ouro na lombada. Cortes das folhas carminados e folhas de guarda decorativas em papel fantasia da época.

Frontispício calcográfico representando um chinês sentado atrás de uma secretária, encostado a uma vasta biblioteca, diante de duas balanças que suportam cada uma um globo com as inscrições «Europa» num e «Imperium Chinense» no outro. Inclui ainda uma gravura em extratexto à página 70, representando uma cena com figuras em paisagem oriental com elementos arquitetónicos e palmeiras.

Impressão em caracteres redondos sobre papel de qualidade da época, com vinhetas, cabeções e iniciais decoradas com ornamentos tipográficos.

Exemplar com falhas de pele nas charneiras, coifas e nos cantos das pastas. Tem colado na pasta anterior um recorte com uma entrada de catálogo desta obra e apresenta anotações coevas a tinta nas guardas, incluindo um registo de cota na anterior «N336».

Obra muito rara e importante no panorama da literatura francesa do século XVIII dedicada ao estudo comparativo entre a China e a Europa. Testemunho particularmente valioso do interesse setecentista pelas civilizações orientais e do desenvolvimento da literatura pedagógica comparada no contexto do Iluminismo francês.

Esta edição de Amesterdão e Leipzig constitui a segunda edição conhecida, sendo a primeira a edição sem data de Londres/Bruxelas (c. 1761) com falsa indicação editorial «chez Jean Nourse» e venda anunciada em Bruxelas por J. Van den Berghen & Pierre Vasse.

Composta por dez cartas organizadas por matéria, precedidas de dedicatória «Aux Gens d'Esprit» e prefácio do editor. Inclui um índice detalhado dividido em três partes principais sobre educação, costumes e instituições.

A obra apresenta-se como correspondência autêntica de um letrado chinês que teria viajado pela Europa durante quatro ou cinco anos, mas trata-se manifestamente de uma ficção literária típica do período, utilizando o artifício epistolar e o exotismo oriental para veicular críticas sociais e propostas pedagógicas. O prefácio do editor, que alega ter recebido os originais em francês do próprio viajante chinês, constitui parte integrante desta estratégia narrativa, comum na literatura pseudoepistolar setecentista.

Esta singular publicação insere-se no contexto da sinofilia iluminista, refletindo o seu fascínio pela civilização chinesa como modelo alternativo aos valores europeus tradicionais. O título «Balance Chinoise» revela a intenção comparativa da obra, que estabelece um paralelo sistemático entre os sistemas educativos da China e da Europa, colocando em confronto as tradições pedagógicas confucianas com os métodos ocidentais.

As cartas dirigem-se a personalidades específicas da época, como Lord Chesterfield, o doutor Richard Mead (médico de Jorge II), Mr. Nash, o vice-chanceler da Universidade de Cambridge e o reitor da Universidade de Caen, o que confere verosimilhança ao artifício epistolar e permite críticas dirigidas aos sistemas educativos de diferentes países europeus. O suposto autor chinês manifesta aprovação pelas escolas gratuitas europeias, mas defende as vantagens da educação doméstica para a "pureza dos costumes", criticando igualmente o abandono do grego em França e propondo o latim como língua de comunicação europeia. Esta abordagem insere-se no movimento mais amplo de crítica das instituições europeias através do confronto com modelos civilizacionais alternativos, estratégia frequentemente utilizada pelos autores iluministas para contornar a censura, tradição que segue as pioneiras «Lettres persanes» de Montesquieu.

A edição de Amesterdão, pelos livreiros J. Schreuder & P. Mortier, conhecidos pela publicação de obras de carácter filosófico e político, sugere um público cultivado e cosmopolita, habituado às especulações comparativas sobre civilizações e costumes. O facto de a obra ter sido publicada fora de França indica provavelmente precauções face à censura régia ou eclesiástica. A atribuição desta obra a Toussaint encontra-se registada no catálogo da Bibliothèque Nationale de France, possivelmente em colaboração com um certo "Wendler", segundo estudos bibliográficos especializados.

François-Vincent Toussaint (Paris, 1715 – Berlin, 1772), advogado, homem de letras, tradutor e enciclopedista francês, conhecido sobretudo pela sua obra «Les Mœurs» (1748), que foi proibida aquando da sua publicação. Colaborou nos primeiros volumes da «Encyclopédie» de Diderot e d'Alembert, para a qual redigiu os artigos de jurisprudência, e trabalhou com Diderot na tradução do «Dictionnaire universel de médecine». Exilou-se em Bruxelas por volta de 1757 e posteriormente em Berlim em 1764, onde foi nomeado membro da Academia Real das Ciências da Prússia e professor da escola militar fundada por Frederico II.

 In octavo. 15.5 x 10 cm. 291 pages. Full leather binding, with raised bands and gilt lettering on the spine. Red edges and decorative patterned endpapers.

Intaglio frontispiece depicting a Chinese man seated behind a desk, leaning against a vast library, in front of two scales, each supporting a globe inscribed with 'Europa' on one and 'Imperium Chinense' on the other. It also includes an engraving on page 70, depicting a scene with figures in an oriental landscape with architectural elements and palm trees.

Printed in round characters on high-quality paper, with vignettes, headpieces and initials decorated with typographical ornaments.

Copy with skin damage on the hinges, caps and corners of the covers. A clipping with a catalogue entry for this work has been glued on the front pastedown and there are contemporary ink notes on the flyleaves, including on the previous one a record of entry number 'N336'.

Very rare and important work in 18th-century French literature, dedicated to the comparative study of China and Europe. A particularly valuable testimony to 18th-century interest in Eastern civilisations and the development of comparative educational literature in the context of the French Enlightenment.

This Amsterdam and Leipzig edition is the second known edition, the first being the undated London/Brussels edition (c. 1761) with the false publisher's imprint 'chez Jean Nourse' and advertised for sale in Brussels by J. Van den Berghen & Pierre Vasse.

Comprising ten letters organised by subject, preceded by a dedication "Aux Gens d'Esprit" and a preface by the editor. Includes a detailed index divided into three main sections on education, customs and institutions.

The work is presented as authentic correspondence from a Chinese scholar who travelled through Europe for four or five years, but it is clearly a work of literary fiction typical of the period, using the epistolary device and oriental exoticism to convey social criticism and pedagogical proposals. The editor's preface, which claims to have received the originals in French from the Chinese traveller himself, is an integral part of this narrative strategy, common in 18th-century pseudo-epistolary literature.

This unique publication is part of the Enlightenment's Sinophilia, reflecting its fascination with Chinese civilisation as an alternative model to traditional European values. The title "Balance Chinoise" reveals the comparative intention of the work, which draws a systematic parallel between the educational systems of China and Europe, contrasting Confucian pedagogical traditions with Western methods.

The letters are addressed to specific figures of the time, such as Lord Chesterfield, Dr Richard Mead (George II's physician), Mr Nash, Vice-Chancellor of Cambridge University, and the Rector of the University of Caen, which lends credibility to the epistolary device and allows for criticism of the educational systems of different European countries. The supposed Chinese author expresses approval for free European schools, but defends the advantages of domestic education for the "purity of customs", also criticising the abandonment of Greek in France and proposing Latin as the language of European communication. This approach is part of a broader movement of criticism of European institutions through comparison with alternative civilisational models, a strategy often used by Enlightenment authors to circumvent censorship, a tradition that follows Montesquieu's pioneering "Lettres persanes".

The Amsterdam edition, by booksellers J. Schreuder & P. Mortier, known for publishing philosophical and political works, suggests a cultured and cosmopolitan audience, accustomed to comparative speculations on civilisations and customs. The fact that the work was published outside France probably indicates precautions against royal or ecclesiastical censorship. The attribution of this work to Toussaint is recorded in the catalogue of the Bibliothèque Nationale de France, possibly in collaboration with a certain "Wendler", according to specialised bibliographic studies.

François-Vincent Toussaint (Paris, 1715 – Berlin, 1772) was a French lawyer, man of letters, translator and encyclopaedist, best known for his work Les Mœurs (1748), which was banned upon publication. He contributed to the first volumes of Diderot and d'Alembert's Encyclopédie, for which he wrote the articles on jurisprudence, and worked with Diderot on the translation of the Dictionnaire universel de médecine. He went into exile in Brussels around 1757 and later in Berlin in 1764, where he was appointed a member of the Prussian Royal Academy of Sciences and professor at the military school founded by Frederick II.

Referências/References:
Catalogue BnF, FRBNF33254721.
China-Bibliographie Universität Wien.
Bertrand Galimard Flavigny, "Des lettres chinoises à l'index!", Canal Académies.
Un encyclopédiste à Bruxelles : Fr.-V. Toussaint, l'auteur des "mœurs" / Gustave Charlier, Annales du Prince de Ligne, 1937, tome 18, p. 5-22.


Temáticas

Referência: 2508SB001
Local: SACO SB260-05


Caixa de sugestões
A sua opinião é importante para nós.
Se encontrou um preço incorrecto, um erro ou um problema técnico nesta página, por favor avise-nos.
Caixa de sugestões
 
Multibanco PayPal MasterCard Visa American Express

Serviços

AVALIAÇÕES E COMPRA

ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

free counters