RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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SACADURA CABRAL e Carlos Viegas Gago Coutinho. RELATÓRIO DA VIAGEM AÉREA LISBOA-RIO DE JANEIRO. [1.ª EDIÇÃO]

Número especial. Revista Aero Nautica, Orgão do Aero Club de Portugal. Lisboa. MCMXXII [1922].

De 31,5x22,5 cm. Com 66 págs. Encadernação inteira de pele com nervos, rótulo e ferros a ouro na lombada e a seco nas pastas. Cortes das folhas carminados à cabeça.

Ilustrado em extratexto e no texto, sobre papel couché, sendo algumas imagens coladas sobre as páginas. Inclui a reprodução de uma fotografia autografada dos dois aviadores, bem como retratos de ministros e oficiais da Marinha da época, além de desenhos trigonométricos e estudos geométricos da construção do astrolábio e do corretor de rumos (inventado por Gago Coutinho), acompanhados dos respetivos cálculos matemáticos. No início, apresenta também o fac-símile de documentos manuscritos; no final, um mapa geográfico desdobrável da primeira viagem aérea entre a Europa e o Brasil (com um rasgo).

Exemplar com nota de aquisição e assinatura de posse na capa anterior datada de 1923. Inclui um recorte de jornal sobre o Padrão dos Descobrimentos.

O livro abre com uma introdução à história da aviação e aos desafios enfrentados pelos pioneiros da aviação. Segue-se a descrição da preparação da expedição, incluindo a construção do hidroavião biplano «Lusitânia» e a seleção da rota a seguir. É um relato detalhado e emocionante de uma das maiores conquistas da aviação, escrita pelos próprios pilotos. 

A primeira travessia aérea do Atlântico Sul foi concluída com sucesso em 1922, no contexto das comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil.

A viagem iniciou-se em Lisboa, às 7h00 de 30 de março de 1922, empregando um hidroavião monomotor Fairey F III-D MkII, especialmente concebido para a viagem, equipado com motor Rolls-Royce e batizado Lusitânia. Sacadura Cabral era piloto e Gago Coutinho o navegador. Este último havia criado, e empregaria durante a viagem, um horizonte artificial adaptado a um sextante, a fim de medir a altura dos astros, invenção que revolucionou a navegação aérea à época.

A primeira etapa da viagem foi concluída, no mesmo dia, sem incidentes em Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Daí para a frente encontraram vários problemas incluindo danos no Lusitânia, que perdeu um flutuador. Os aviadores foram recolhidos por um Cruzador da Marinha Portuguesa, que os conduziu a Fernando de Noronha.

O Governo Português enviou outro hidroavião Fairey, batizado como Pátria. A 11 de maio descolaram de Noronha, mas, uma pane no motor obrigou-os a amarar de emergência, tendo permanecido nove horas como náufragos, até serem resgatados por um cargueiro inglês - o Paris City.

Reconduzidos a Fernando de Noronha, aguardaram até 5 de junho, quando lhes foi enviado um novo Fairey F III-D (o n.° 17), batizado como Santa Cruz, que finalmente completou a viagem e a 17 de junho de 1922 amarou nas águas da baía de Guanabara.

Embora a viagem tenha durado setenta e nove dias, o tempo de voo foi de apenas sessenta e duas horas e vinte e seis minutos, tendo percorrido um total de 8 383 quilómetros. A viagem serviu de inspiração para os raides posteriores de Sarmento de Beires, João Ribeiro de Barros e de Charles Lindbergh, todas em 1927.

Carlos Viegas Gago Coutinho ou somente Gago Coutinho (Santa Maria de Belém, Lisboa, 17 de fevereiro de 1869 — Santa Engrácia, Lisboa, 18 de novembro de 1959) foi um geógrafo cartógrafo, oficial da Marinha Portuguesa, navegador e historiador. De família humilde, não pode frequentar, como desejava, o curso de Engenharia na Alemanha e ingressou, aos 17 anos, na Marinha Portuguesa, tendo terminado o curso da Escola Naval em 1888.

Distinguiu-se como cartógrafo e geodeta a partir de 1898, aquando de sua primeira comissão em Timor. Até 1920 levantou e cartografou não apenas aquele território mas também o de Niassa (1900), Congo (1901), Zambézia (1904-1905), Barotze (1912-1914), São Tomé e Príncipe (1916), estabelecendo vértices geodésicos e determinando coordenadas em missões científicas onde conseguia precisões notáveis, devido ao seu rigor e dedicação à missão que lhe fora confiada. Respondeu pela delimitação definitiva da parte norte da fronteira entre Angola e Zaire.

No decurso destes trabalhos fez a pé a travessia da África, onde conheceu Sacadura Cabral. Este incentivou-o a dedicar-se ao problema da navegação aérea, o que levou ao desenvolvimento do sextante de horizonte artificial, posteriormente comercializado pela empresa alemã Plath com o nome 'Sistema Gago Coutinho'. Juntos inventaram ainda um 'corretor de rumos' para compensar o desvio causado pelo vento. Para testar essas ferramentas de navegação aérea, realizaram em 1921 a travessia aérea Lisboa-Funchal.

Assim preparados, em 1922, no contexto das comemorações do centenário da Independência do Brasil, os dois aviadores realizaram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

Desenvolveu vasta obra de investigação científica, publicando significativa variedade de trabalhos geográficos e históricos, principalmente acerca das navegações portuguesas, como, por exemplo, 'O Roteiro da Viagem de Vasco da Gama' e a sua versão de 'Os Lusíadas'. Vários de seus trabalhos encontram-se compilados na 'Náutica dos Descobrimentos'.

Pertenceu ao Grande Oriente Lusitano da Maçonaria Portuguesa e foi sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde foi responsável por uma das secções.

Artur de Sacadura Freire Cabral (Celorico da Beira, São Pedro, 23 de maio de 1881 — Mar do Norte, 15 de novembro de 1924) foi um aviador e oficial da Marinha Portuguesa.

Sacadura Cabral frequentou em França a Escola Militar de Chartres. Em 11 de novembro de 1915 realizou o seu primeiro voo como passageiro e, a 16 de janeiro de 1916 fez o seu primeiro voo como piloto. Em março fez as provas de brevet com aprovação. Ainda em França seguiu para a Escola de Aviação Marítima de Saint Raphael, onde se especializou em hidroaviões. Frequentou ainda várias escolas de aperfeiçoamento e esteve na Escola de Buc, pilotando aviões Blériot e Caudron G.3.

Serviu nas colónias no decurso da Primeira Guerra Mundial. Foi um dos primeiros instrutores da Escola Militar de Aviação, director dos serviços de Aeronáutica Naval e comandante de esquadrilha na Base Naval de Lisboa.

Unanimemente considerado um aviador distintíssimo pelas suas qualidades de coragem e inteligência, notabilizou-se a nível mundial, ultrapassando as insuficiências técnicas e materiais que na época se faziam sentir. Quando conheceu, em África, Gago Coutinho, incentivou-o a dedicar-se ao problema da navegação aérea, o que levou ao desenvolvimento do sextante de horizonte (ou bolha) artificial. Juntos inventaram um 'corretor de rumos' para compensar o desvio causado pelo vento. Realizou diversas travessias aéreas memoráveis, notabilizando-se especialmente em 1922, ao efectuar com Gago Coutinho, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

Em 1923 elaborou um projecto de viagem aérea de circum-navegação, que não conseguiu realizar por falta de meios materiais. Morreu a 15 de novembro de 1924, quando pilotava um Fokker 4146 de Amesterdão para Lisboa, um dos cinco aviões que haviam sido adquiridos por subscrição pública, e que seriam utilizados no seu projecto da viagem aérea à Índia, uma vez fracassado o seu projecto de circum-navegação.


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Referência: 2505SB004
Local: SACO SB250-3


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