RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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SÃO FRANCISCO DE ASSIS e SANTO ANTÓNIO. OPERA OMNIA.

SANCTI FRANCISCI ASSISIATIS, MINORUM PATRIARCHÆ nec non S. ANTONII PADUANI EIVSDEM ORDINIS, OPERA OMNIA. Postillis Illustrata, Expositione Mystica in sacram scripturam, et in eandem concordia morali, locupletata. OPRERA ET LABORE R. P. JOANNIS DE LA HAYE, PARISINI, Ecclesiastæ Regii, Nec Non In Gallia Ff. Minorum De Observancia Procuratoris Generalis. ADJECTA UTRIUSQUE VITA, ET ELOGIA. Cum indicibus amplissimis, Primo Rerum Memorabilium: Altero Sacræ Scripturæ. Cum Privilegio Sac. Cæsareæ Cathol. Majest. et facultate superiorum. PEDEPONTI, vulgò Stadt am Hof/ propè RATISBONAM. Sumptibus Ioannis Gastl, Bibliopolæ. Anno M D CC XXX IX. [1739].

In fólio de 37x24 cm. Com [xiv], 96, [ii], 84; [iv], 30, [ii], 744, [xc] págs. Encadernação da época inteira de pele mosqueada, com nervos, rótulo vermelho e elaborados ferros a ouro em casas fechadas com motivos vegetalistas.

Folha de rosto a preto e vermelho. Texto disposto em duas colunas, com exceção dos textos introdutórios e das licenças. Ornamentado com belas xilogravuras, desde cabeções e florões de remate de grandes dimensões com animais, motivos vegetalistas, antropomórficos, arquitectónicos e geométricos; pequenas tarjas formadas por motivos tipográficos; e iniciais decoradas.

Exemplar apresenta picos de humidade e acastanhamento natural do papel em algumas, poucas, páginas, nomeadamente na parte dedicada ao Santo António, entre as páginas 140-160 e 370-380.

Tem dois saltos na numeração, da página 528 para a 609 e da 643 [i.e. 563] de volta para a 564. A página 219 está numerada 319 e a página 624 [i.e 544] está numerada 626.

A folha de anterrosto apresenta o seguinte título: «Sancti Francisci Assisiatis, et S. Antonii Paduani Opera Omnia aucta».

As obras de Santo António, têm folha de rosto própria onde se lê: «OPERA OMNIA S. ANTONII PADUANI, ORDINIS MINORUM, Postillis Illustrata, Et Duobus Eximiis tractatibus locupletata. Una cum expositione mystica in novum testamentum, quibus accesserunt vita ejus et elogia. Opera et Labore R. P. JOANNIS DE LA HAYE, PARISINI, Regii Ecclesiastæ, nec non in Gallia Observantiæ minorum procuratoris generalis. Cum Privilegio Sac. Sæsareæ Cathol. Majest. et Facultate Superiorum. PEDEPONTI, vulgò Stadt am Hof/ propè RATISBONAM. Sumptibus Ioannis Gastl, Bibliopolæ. Anno M D CC XXX IX. [1739]». A página 609 tem uma folha de rosto própria para a «Concordatiae Morale».

Páginas preliminares com dedicatória do impressor e livreiro Johann Gastl ao Reverendo Bernardo, abade do antigo e célebre Mosteiro de Ettal, e à Virgem Maria; introdução ao leitor pelo organizador e compilador das obras, Jean de La Haye. As últimas 90 páginas não numeradas contêm dois extensos índices: um remissivo, nas primeiras 50; e outro de referências bíblicas nas restantes 40.

Rara e importante edição de Jean de la Haye dos escritos de São Francisco de Assis e Santo António de Pádua, dois dos mais venerados santos da Igreja Católica e figuras centrais da ordem franciscana. 

Segunda edição, publicada por Johann Gastl em 1739 na cidade de Stadtamhof, hoje parte da cidade de Ratisbona, na Alemanha. A primeira edição foi publicada por Pierre Rigaud, em 1653, na cidade de Lyon. Existe outra edição publicada também em 1739, por Martin Veith, em Augsburgo, com exatamente o mesmo conteúdo que a presente edição.

As introduções ao leitor ao início de cada parte da obra, escritas por Jean de la Haye, explicam o propósito e a importância desta edição das obras de São Francisco e Santo António. Jean de la Haye destaca que o seu objetivo ao publicar esta nova edição é o de preservar e difundir o legado espiritual e literário da ordem franciscana para as gerações futuras, enfatizando a necessidade de que as Bibliotecas Franciscana e Antoniana não permanecessem incompletas. Louva ainda o trabalho de Luca Wadding, que foi também reponsável por um compendio anotado das obras de São Francisco de Assis em 1623, Antuérpia, enfatizando que não pretende, com esta edição, diminuir ou desmerecer o seu grande esforço. Incui ainda várias explicações e anotações do próprio de Haye que afirma tê-las elaborado não para a crítica, mas tendo em vista o bem comum e a utilidade pública.

Haye apresenta textos inéditos em ambas as partes da obra, frutos do seu trabalho de investigação. Relativamente a São Francisco de Assis, inclui alguns textos que tinham sido recentemente descobertos e pela primeira vez atribuidos ao mesmo, sendo que parte dos quais tinham sido anteriormente atribuídos erroneamente a outros autores. Em Santo António, Haye apresenta pela primeira vez a «Exposição Mística das Escrituras Sagradas» como uma provável colectânea de textos antonianos muito útil, que apresenta um comentário erudito sobre as Escrituras Sagradas, de forma singular e com grande engenho. Jean de la Haye, como Visitador Geral e Apostólico na Religiosa Província de França, em Paris, deparou-se com este códice na biblioteca de um convento localizado no Ducado de Lorena que forneceu uma cópia do mesmo com a condição de que Haye o tornasse público.

A obra divide-se em duas partes. A primeira, consagrada a São Francisco, inclui três volumes dos «Opusculorum Beati Francisci», seguidos de um índice de obras, uma biografia escrita por São Boaventura, que também traz as bulas de canonização, e uma meditação sobre a vida de Francisco em salmos e antifonas por Nicolau de Lima. Na segunda parte, dedicada a Santo António de Pádua, a obra começa com 30 páginas de elogios e uma biografia do santo, que inclui a bula da canonização por Gregório XIII, seguindo-se os seus sermões e dois livros organizados, restaurados e comentados por Haye: a «Exposição Mística das Escrituras Sagradas»; e a «Concordância Moral das Escrituras Sagradas», extraídas dos Manuscritos da Biblioteca dos Frades Menores da Basílica de Santa Maria em Aracoeli, no cume do Monte Capitolino - uma coleção organizada com grande engenho e ordem, que já tinha sido tratada por Luca Wadding.

A reedição das obras completas destes santos representa um esforço significativo de preservação e divulgação do pensamento e espiritualidade franciscana, com a intenção de servir tanto à comunidade religiosa como ao público erudito. Demonstra ainda a relevância da obra no contexto da vida monástica e da educação religiosa, pois era vista como uma ferramenta essencial para o fortalecimento espiritual e moral dos religiosos da época.

SÃO FRANCISCO DE ASSIS (Assis, 1181/82 - Porciúncula, 1226), nascido Giovanni di Pietro di Bernardone, é um dos santos mais venerados da Igreja Católica e o fundador da Ordem dos Frades Menores, também conhecidos como Franciscanos. Filho de um rico comerciante, Francisco desfrutou de uma juventude despreocupada, marcada pelo luxo e pela busca de aventuras. No entanto, após uma série de experiências espirituais, incluindo um período de cativeiro e uma grave doença, Francisco passou por uma profunda conversão. Renunciou às riquezas e dedicou-se a uma vida de pobreza radical, simplicidade e pregação do Evangelho. Em 1209, inspirado por uma visão, recebeu aprovação do Papa Inocêncio III para fundar uma nova ordem religiosa, dedicada à vida de pobreza e ao serviço dos pobres. A Ordem dos Frades Menores cresceu rapidamente, atraindo seguidores por toda a Europa.

Francisco é também conhecido pela sua profunda reverência pela natureza e todas as criaturas, vendo-as como reflexos da bondade de Deus. O «Cântico das Criaturas», um dos seus escritos mais famosos, expressa essa espiritualidade ecológica. Em 1224, recebeu os estigmas, as marcas da crucificação de Cristo, tornando-se a primeira pessoa na história a receber este sinal. Francisco foi canonizado em 1228 pelo Papa Gregório IX. A sua vida e legado continuam a inspirar milhões de pessoas em todo o mundo, tanto dentro como fora da Igreja Católica, sendo ele um símbolo de humildade, amor ao próximo e respeito pela criação.

SANTO ANTÓNIO DE LISBOA (Lisboa, 1195? - Pádua, 1231), nascido Fernando de Bulhões, é um dos maiores Santos da Igreja Católica e o primeiro português a alcançar projeção universal. Foi canonizado logo em 30 de Maio, de 1232, pela Bula, Cum dicat Dominus, do papa Gregório IX.

Após ter frequentado durante sete anos a Escola Episcopal da Sé de Lisboa, ingressou, em 1211, na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro de S. Vicente de Lisboa, transferindo-se depois para o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Em 1220, impressionado pelo exemplo dos primeiros frades franciscanos que morreram mártires no Norte de África em missões de envagelização, decidiu entrar para a Ordem dos Frades Menores, fundada por São Francisco. Exaltado pela elevação espiritual, o culto da pobreza e a ambição de expandir a Fé, partiu também para o Norte de África. 

Apesar de uma doença que o forçou a retornar a Portugal, acabou por conhecer e ecnontrar-se com São Francisco e, após um desvio forçado para a Sicília, participou no Capítulo Geral de Assis em 1221, conhecido como o Capítulo das Esteiras. Após viver algum tempo no eremitério de Montepaolo pregou pela primeira vez em público na vizinha cidade de Forli com tal êxito que passou a pregar sermões em muitos locais do norte de Itália e sul de França. Ao mesmo tempo, inaugurou a primeira Escola de Teologia dos Franciscanos, em Bolonha, onde foi professor, assim como nas escolas de Toulouse e Montpellier, em França. Exerceu vários cargos importantes na Ordem, incluindo Provincial da Itália do Norte, e pregou em Roma perante o Papa Gregório IX, os cardeais e grande multidão, concitando tal admiração que o papa o chamou «Arca do Testamento», pelo seu domínio das sagradas Escrituras.

A sua obra inclui os Sermões, que não são meras transcrições, mas sim reflexões teológicas, filosóficas e místicas profundas, escritos no fim da sua vida, para serem usados para o ensino e como inspiração para a pregação dos membros da Ordem dos Frades Menores recentemente fundada por S. Francisco. São um dos aspectos da sua vida que lhe deram mais celebridade, juntamente com os milagres.

O seu culto espalhou-se rapidamente pela Europa e pelo mundo, sendo venerado também pela Igreja Anglicana. Conhecido por ajudar a encontrar coisas perdidas e por sua intercessão como casamenteiro, é lembrado em numerosas igrejas e conventos, como o grandioso Convento de Mafra.

Santo António une de forma extraordinária e muito raramente atingida, uma grande erudição, profundo domínio da teologia e insigne valor literário, com uma elevada vivência da mística e poderosa capacidade de transmitir a sua fé, inclusive por meio de grande número de milagres e dotes oratórios que o tornaram célebre. Um santo declarado doutor da Igreja é ao mesmo tempo, um dos mais populares de sempre. Sendo autor de uma obra literária e teológica de grande densidade, exigência e valor, penetrou e vivificou profundamente a fé popular dos mais simples fiéis, e mesmos dos indiferentes em matéria de religião, tendo o seu culto influenciado a arte popular e erudita, a poesia e o folclore em muitas regiões do mundo.  

JEAN DE LA HAYE (Paris, 1593 - Paris, 1661) foi um destacado eclesiástico e erudito franciscano francês, conhecido pela sua contribuição significativa à exegese bíblica e aos estudos franciscanos.

Passou a sua juventude em Espanha, onde ingressou na Ordem dos Frades Menores, na província de São Gabriel, ligada à Reforma Alcantarina. Durante os seus estudos em Espanha, aprofundou-se em Teologia e Filosofia, disciplinas que mais tarde ensinaria, ganhando também reputação como orador de púlpito. Em 1620, foi chamado de volta a França, onde assumiu funções de destaque tanto na Ordem Franciscana como na corte de Luís XIII. Como Procurador Geral dos Franciscanos da Observância em França, Jean de la Haye desempenhou um papel central na administração e reforma da ordem em território francês. Além disso, foi nomeado Eclesiástico Real de Paris, uma posição de prestígio que atesta a sua influência e ligação à corte.

La Haye dedicou-se intensamente à produção e edição de obras teológicas e espirituais, deixando um legado impressionante de aproximadamente quarenta volumes em formato fólio, além de vários manuscritos não publicados. Entre as suas obras mais importantes estão as edições dos escritos de São Bernardino de Siena, bem como de São Francisco de Assis e Santo António de Pádua. O seu maior projeto, porém, era a criação de uma «Bibliotheca Ordinis Minorum», uma coleção abrangente das obras mais relevantes dos autores franciscanos, que infelizmente nunca foi concluída.

Entre as suas contribuições mais monumentais estão a «Biblia Magna» (1643) e a «Biblia Maxima» (1660), ambas baseadas no texto da Vulgata. A «Biblia Magna» foi projetada como um recurso para pregadores, incluindo extensos comentários de teólogos contemporâneos, enquanto a «Biblia Maxima», em 19 volumes, oferecia uma abordagem ainda mais detalhada, com anotações e variações textuais comparativas. Apesar de algumas críticas à falta de solidez nas suas interpretações, estas obras são ainda hoje consideradas valiosas para os estudos exegéticos.

Referências/References:
BNF - Bibilotheque Nacional de France - FRBNF39304737 - ark:/12148/cb39304737c
OPAC SBN -  IT/ICCU/UBOE/007329
München, Bayerische Staatsbibliothek - 2 P.lat. 557.
VD 18 Digital - Catalogue of Printed Works of the 18th Century Published in German Speaking Countries of the Bavarian State Library. VD18: 14812576-001
Henrique Pinto Rema - Introdução, In: Santo António de Lisboa. Obras Completas. Vol. I. Lello & Irmão Editores. Porto. 1987, p. xlvii-xlviii. 
Catholic Encyclopedia (1913) - Jean de La Haye by Thomas Bernard Plassmann


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Referência: 2407SB014
Local: SACO REVERSB-14


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