Director João Pereira da Rosa. Director artístico Leitão de Barros. Lisboa. S.N.T. - Sociedade Nacional de Tipografia. 1938-1977. 

Cerca de 1800 Números de 39x19 cm. Com 50 páginas em média por cada número. Números soltos e, em muitos casos, encadernados por semestre. Encadernações em percalina, com lombadas e cantos em percalina e inteiras de percalina do editor, acondicionadas em 11 caixas de cartão. 

João Pereira da Rosa foi o primeiro director (já empregado no jornal diário O Século desde 1899 e o seu director desde 1926) funções que desempenhou até falecer em 1962. Sucedeu-lhe no cargo Francisco Mata, com Guedes de Amorim como chefe de redacção. No período posterior ao 25 de Abril J. R. Redondo Júnior como Director, tendo Duarte de Figueiredo como chefe de Redacção e como Subchefe de redacção Rogério Petinga. Desde o número até ao último o director interino e chefe de redacção foi Rogério Petinga e a subchefe de redacção, Maria Antónia Palla. Rui Cartaxana fazia parte da redacção e a fotografia estava a cargo de Eduardo Gageiro, Alfredo Cunha e Francisco Ferreira.  

Neste conjunto muito completo estão em falta os seguintes números: N.º 1 a 26, do 1.º semestre de 1938; os números 471 a 495 de 1947; o ano de 1948 (n.º 522 a 573); 

De grande importância para o estudo da imprensa em Portugal, no século XX, em especial durante o Estado Novo, mas também no período imediatamente a seguir ao 25 de Abril. Imprescindível para o estudo da história do século XX em Portugal e para a história da imprensa.

A presente publicação sempre se caracterizou por uma elevada qualidade gráfica, pelas suas fotografias e, em especial, pelas magníficas capas ilustradas com fotografias alusivas aos acontecimentos mais importante da actualidade. No seu início teve como director artístico Leitão de Barros. Por longos períodos as reportagens fotográficas estiveram a cargo de grandes fotógrafos como Eduardo Gageiro, Augusto Cabrita e Alfredo Cunha. 

Cada número, nos primeiros anos, tinha a seguinte estrutura: Uma capa complemente ocupada por uma ilustração de grande beleza e força comercial; o verso apresentava a ficha técnica, um registo de notícias aparecidas em outros jornais ou assuntos polémicos, nas duas margens e ao centro uma crónica de actualidade, tendo em baixo uma anedota ilustrada; a página 3 incluía um artigo de assunto histórico; as paginas 4 e 5 incluíam uma reportagem sobre um assunto da actualidade com relevância política para o regime, como, por exemplo, as manobras navais da nova Marinha de Guerra; a página 6 era dedicada a questões criminais e policiais, com uma coluna sobre curiosidades como a origem do café e do tabaco; a página 7 incluía assuntos humorísticos e caricaturas; a página 8 é dedicada à iniciativa do SPN, da Aldeia mais Portuguesa; a página 9 incluía assuntos estranhos de países estrangeiros, como a pintura de corpos; as páginas 10 e 11 incluíam factos da actualidade política internacional, como Hitler no Berghof e a linha defensiva Siefried.                    

Depois da suspensão do jornal, em 1977, ainda foram publicados, em 1988 e 1989, alguns números, que não estão presentes neste conjunto: S. 4, n.º 1 (30 Out. 1988) a n.º 92 (19 Fev. 1989) e S. 5, n.º 1 (17/23 Mar. 1989) a n.º 19 (21/27 Jul. 1989).  

O Século ilustrado foi uma revista semanal publicada aos sábados do Jornal Diário O Século, que tinha sido fundado em 8 de Junho de 1880, pelo jornalista Sebastião Magalhães Lima. 

O número 2000 de 30 de Julho de 1976, com uma tiragem de 20 000 exemplares, é um número especial comemorativo dos 38 anos da revista. Contém o atleta Carlos Lopes na Capa, vencedor da medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Montreal, reproduz a crónica escrita por José Gomes Ferreira para o primeiro número do Século Ilustrado, um conjunto de caricaturas feitas pelo desenhista Baltazar, que colaborou na revista desde o primeiro número, uma extensa escolha de textos, fotografias e caricaturas publicados durante o primeiro ano de existência, um texto do leitor de sempre, Viriato Dias, textos de Rogério de Freitas, Rogério Petinga e Jorge Teixeira sobre a efeméride. Inclui também um texto inédito de Vergílio Ferreira. 

O número 2023, de 7 de Janeiro de 1977 é consagrado à comemoração dos 39 anos de publicação deste semanário, com um artigo de Maria Antónia Palla, Que futuro para o Século Ilustrado? com o título impresso a vermelho a preencher toda capa; e um conjunto de textos, fotografias e desenhos publicados durante a vida desta revista. 

O último número publicado, o 2028, saiu em 11 de Fevereiro de 1977 e continha a publicação do despacho de suspensão da publicação, um comentário ao despacho assinado pelo director com o título: A 'Hora da verdade', Um artigo de Maria Antónia Palla - Era uma vez um Século Ilustrado, artigos de Fernando Lopes, Fernando Namora, Eduardo Gageiro, Fernando Piteira Santos e Raul Solnado,  

Como muitos outros órgãos da comunicação social da época, O Século Ilustrado, foi nacionalizado, em 11 de Março de 1975, depois foi integrado na EPSP - Empresa Pública dos Jornais Século e Popular, sendo incorporadas nesta empresa a SNT - Sociedade Nacional de Tipografia e a SII - Sociedade Industrial de Imprensa. O Decreto -Lei 639/76 de 29 de Julho determinou a execução de um conjunto de medidas de saneamento financeiro, que não tendo sido possível executar levou à suspensão da Publicação da revista, a partir de 13 de Fevereiro de 1977, assim como do Século, da Vida Mundial e de Modas e Bordados conforme determinado pelo Despacho do Secretário de Estado da Comunicação Social, Manuel Alegre, de Fevereiro de 1977. A suspensão por noventa dia tornou-se definitiva. 

João Pereira da Rosa (Évora, 1885 - Lisboa, 1962) jornalista habilitado com o curso comercial do Ateneu Comercial de Lisboa, foi empregado no Século desde os 13 anos a partir de 1899. Foi vogal da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa, director-secretário da Associação Comercial de Lisboa e presidiu durante alguns meses à União dos Interesses Económicos, fundada em 1924, nesse ano tornou-se Administrador delegado de O Século e, em 1926, director do mesmo jornal diário. Exerceu, ao mesmo tempo, de 1936 a 1941, as funções de Presidente do Grémio Nacional da Imprensa Diária, em cuja qualidade integrou a Câmara Corporativa, nas primeiras quatro legislaturas; foi também dirigente do Ateneu Comercial e do Automóvel Clube de Portugal. Possuiu um acentuada sensibilidade social, tendo sido Presidente da Caixa de Reforma dos Jornalistas; fundador da Colónia Balnear Infantil de O Século, em 1927, para proporcionar férias na praia a crianças pobres e, posteriormente, foi o criador da Feira Popular para obter financiamento para a Colónia Balnear Infantil. 

Fotógrafos

Eduardo Gageiro (Sacavém, 1953 -) fotógrafo português. É um dos mais conceituados fotojornalistas portugueses.     

Augusto Cabrita (Barreiro, 1923 - 1993) foi um fotógrafo, diretor de fotografia e realizador cinematográfico português. Recebeu o Prémio Bordalo (1970), na categoria 'Televisão'.

Alfredo de Almeida Coelho da Cunha (Celorico da Beira, 1953 - ) fotógrafo português. É um dos mais conceituados fotojornalistas portugueses.