RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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CAMÕES. (Luís Vaz de) e Richard Francis Burton. OS LUSIADAS (THE LUSIADS), CAMOENS: LIFE AND LUSIADS, THE LYRICS [6 VOLUMES]

Englished by Richard Francis Burton: (Edited by his Wife, Isabel Burton) In two volumes. [A commentary by Richard F. Burton (Translator of the Lusiads) In Two volumes; The Lyrics. (Sonnets, Canzons, Odes, and Sextines) Englished by Richard F. Burton, And imprinted for the Translator at London in October, 1884.] Bernard Quaritch. London. 1880, 1881, 1884. 

6 Volumes de 15,5x11 cm. Com xix, [iii], 250, [ii]; 251 a 471, [i]; [vii], [i em br.], 366; 367 a 738, 6; [viii], 265, [iii]; [i], 266 a 540 págs. em numeração contínua de 370 a 738. Encadernações do editor em tela verde, com ferros a ouro e gravações nas lombadas e nas pastas anteriores com ferros a seco nas pastas posteriores. Cortes das folhas dourados à cabeça. 

Exemplar com leves marcas de desgaste nas coifas da lombada, marcas de manuseamento nos cantos das pastas, pequenas manchas de humidade na pasta posterior do primeiro volume e na pasta anterior do sexto volume.  

1.ª Edição e única do mais completo conjunto de traduções para inglês da obra de Camões, especialmente notável por causa de Burton ter conseguido respeitar a estrutura estrófica e o metro em que estão escritos os originais, ter tentado replicar o vocabulário de Camões, criando neologismos em inglês, usando estrangeirismos e locuções de sabor arcaizante, para reproduzir a epopeia e os poemas com o maior grau de aproximação possível. Muito importante também por incluir dois volumes com extensos estudos biográficos, históricos, geográficos e um vasto conjunto de anotações. 

Como afirma João Almeida Flor: «as diversas facetas do labor camoniano desenvolvido por Burton entrecruzam-se num padrão complexo onde predomina uma abordagem que hoje diríamos multidisciplinar e que abrange tanto a recepção criativa, [...] como a recepção crítico-valorativa». Os seus contributos foram elogiados por Aubrey Bell e Edgar Prestage.        

Compreende a tradução dos Lusíadas nos dois primeiros volumes, (onde inclui a tradução das estrofes rejeitadas pelo poeta) um extenso comentário nos dois volumes seguintes, que contém, no 1.º volume, uma biografia completa do poeta, estudo bibliográfico, enquadramento histórico e, no segundo volume, enquadramento geográfico, extensas anotações, conclusão, e um apêndice, com lista de edições, lista das traduções, índice dos conteúdos, um balanço das críticas à obra pela mulher do poeta Isabel Burton e um glossário. Os dois últimos volumes compreendem as traduções da poesia lírica, que incluem 360 sonetos, canções, odes e sextinas. 

Richard Burton teve ao longo de toda a sua vida uma grande admiração e devoção por Camões, tanto pela sua obra como pela sua vida aventurosa e dramática, que considerava parecida com a sua, tendo com ele uma relação de discípulo em relação ao mestre, que designava como «is beloved master». Por isso tentou visitar todos os locais por onde Camões terá passado. Nalguns desses locais publicou as primeiras tentativas de traduzir passagens dos Lusíadas, tal como em Goa, 1847 (publicadas no Bombay Times) Rio de Janeiro, 1867, Damasco, 1869 a 1871, Trieste em 1872, tendo concluído a tradução durante a sua estadia no Cairo, em 1880. 

LUÍS DE CAMÕES (1524? - Lisboa, 1580) considerado o maior poeta da Língua Portuguesa e um dos maiores do mundo, que tem sido alvo de inovadoras e continuadas reavaliações críticas desde o século XVI e de uma divulgação universal através de grande número de estudos e de traduções para muitas línguas.  

A sua poesia lírica forma um conjunto onde se destaca um total domínio da linguagem e dos recursos estilísticos para expressar a visão do mundo do poeta e o teatro e as cartas são realizações literárias de elevado nível em que se nota como em toda a sua obra um assombroso conhecimento das literaturas e culturas clássicas, das literaturas do seu tempo e de todas as áreas do saber.     

Os Lusíadas são o maior poema épico do renascimento. Com dez cantos compostos por oitavas reais, estrofes de oito versos decassílabos, exalta os feitos dos portugueses (os lusíadas), que culminaram na descoberta do caminho marítimo para a Índia e no estabelecimento do domínio total do oceano índico durante um século.

A narrativa da viagem é ornamentada pelo recurso à mitologia clássica e nela são inseridas outras narrativas que descrevem a história de Portugal e episódios célebres pelo intenso dramatismo e lirismo, como o do Gigante Adamastor ou o de Inês de Castro, sendo antecedida de uma magnífica dedicatória ao Rei D. Sebastião e encerrada por uma brilhante exortação final ao jovem rei.

Mas o poema não se esgota numa obra meramente patriótica, o que já seria muito, tem um significado muito mais amplo, que toca as pessoas cultas de todos os países, veja-se as numerosas traduções em todas as línguas, pois é a celebração exaltada do esforço humano que vence todos os obstáculos e a descrição do primeiro encontro de grande número de povos que até aí se desconheciam completamente.

Por outro lado o poeta faz algo único em epopeias, toma várias vezes a palavra para refletir, queixar-se, exortar e mesmo criticar alguns dos aspectos dos próprios heróis que imortalizou no seu poema, chegando a dar a palavra a uma personagem, como o Velho do Restelo, que contesta drasticamente a validade da própria matéria épica.

Os Lusíadas adquirem assim uma marcada modernidade, que ainda mais eleva os cumes atingidos por esta obra imortal.

Para se ter consciência do excepcional valor literário dos Lusíadas é necessário ter presente que o renascimento colocou como paradigmas da criação poética os géneros literários do mundo clássico, com a respectiva hierarquia, ou seja, a epopeia como o género mais nobre e elevado, sendo o desejo supremo dos poetas e a grande expectativa dos leitores cultos, a composição de um poema que igualasse os modelos clássicos de Homero e Virgílio e cumprisse as normas codificadas por Aristóteles.

Foram em grande quantidade em todos os países as tentativas para alcançar tal realização, durante os Séculos XV e XVI, coube a Luís Vaz de Camões realizar a expectativa de todo o mundo culto da sua época, criando o maior poema épico dos tempos modernos.

Em Camões combinaram-se a excelência e o brilhantismo da enunciação poética com o facto de em Portugal todos estarem consciente de existir a matéria épica criada pelos incríveis feitos dos cientistas, navegadores e guerreiros portugueses, que urgia cantar.

RICHARD BURTON (Torquay, Devonshire, 1821 - Trieste, 1890) Orientalista, antropólogo, poliglota, escritor, tradutor e explorador inglês. Desde a sua juventude demonstrou uma extraordinária facilidade para aprender línguas, tendo chegado a dominar mais de 40 idiomas, entre eles, latim, grego, francês, italiano, o dialecto napolitano e muitos idiomas da Índia, Paquistão e territórios do sul da Ásia, assim como a língua árabe. Estudou em Oxford e, depois de ter sido expulso por indisciplina, em 1842, partiu para a Índia como oficial no 18.º Regimento de Infantaria de Bombaim, durante a guerra da Inglaterra contra o Sindh, tendo efectuado missões de espionagem nos Bazares disfarçado de mercador muçulmano devido às suas capacidades linguísticas. Entre 1850 e 1853 viveu em Boulogne, França onde escreveu quatro livros sobre a Índia entre eles a sua notável e pioneira obra de antropologia: Sindh, and the Races That Inhabit the Valley of the Indus, 1851.   

Burton realizou grandes viagens de exploração sobre as quais escreveu obras notáveis e algumas muito importantes pelo rigor e pela sua qualidade literária, analítica e descriptiva, tendo visitado o Cairo, Suez, Medina, e Meca (cidade proibida a não muçulmanos) a cidade africana de Harar, tendo sido o primeiro europeu a entrar na cidadela árabe. Depois de uma expedição à Somália, onde foi ferido, participou na Guerra da Crimeia e realizou uma extensa e difícil viagem a partir de Zanzibar em busca das nascentes do Nilo, na companhia de John Speke, com quem entrou em confronto sobre o significado das descobertas do Lago Tangânica e do Lago Victória e por quem foi ultrapassado na divulgação da viagem. Em 1860 Burton visitou Salt Lake City, nos Estados Unidos e descreveu pormenorizadamente a Igreja Mormon. Em 1861 casou com Isabel Arundel e tornou-se funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros Britânico, exercendo sucessivamente as funções de Cônsul em Fernando Pó, Santos no Brasil, em Damasco e, por fim, Triste, de 1872 a 1890 onde escreveu muitos livros e traduções de árabe, sânscrito e hindi, além de terminar a tradução dos Lusíadas e os respectivos comentários e continuar as traduções de toda a poesia lírica que não conseguiu terminar.   

Entre as suas muitas obras destacam-se as seguintes: Pilgrimage to El-Medinah and Mecca, 1855–56; First Footsteps in East Africa, 1856; Lake Regions of Central Africa, 1860; City of the Saints, 1861; Book of the Sword, 1884; The Kasidah (poesia), 1880; assim como as traduções: Il Pentamerone de Giambattista Basile, Poemas de Catulo; Kama Sutra of Vatsyayana, 1883; Ananga Ranga,1885; The Perfumed Garden of the Cheikh Nefzaoui, 1886; e Arabian Nights, 1885 - 88.

Ref:

João Almeida Flor - Recepção de Camões na Literatura Inglesa. In Dicionário de Luís de Camões. Caminho. Lisboa. 2011, p. 811-812. 

Fernando de Melo Moser - The reception of Camoens in England. In Dilecta Britannia. Gulbenkian. Lisboa. 2004, p. 69.  

Duarte de Sousa, II, 119, (só os dois volume do comentário) 

Canto, 360, 361 e 682 (Comentary) 

Inocêncio XIV, 244-245, n.º 273. Os Lusíadas; n.º 274 A Commentary; n.º 275; 246, n.º 281. Camoens. The Lyricks.   


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Referência: 2406PG002
Local: SACO PG127


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