Abadessa, que fue, del Convento de la Purissima Concepcion de la Villa de Agreda. Escrita por el Rmo P. Fr. Joseph Ximenez Samaniego, Ministro General, que fue, de la Orden de N. Padre S. Francisco. Con las Aprobaciones, y licencias necessárias. En Madrid: En la Imprenta de la Causa de la V. Madre, año de 1727.

In 8.º de 15,5x11 cm. Com [ii], 458 págs. Encadernação da época inteira de pergaminho, com título manuscrito na lombada. Conserva os atilhos.

Exemplar com deformações na encadernação solta no festo e com pequenas falhas de pergaminho. Com assinatura de posse coeva na folha de guarda de Josefa Benedita Peregrina Correia da Costa.

Obra de hagiografia muito importante para o estudo da mística espanhola e para o estudo das obras escritas por mulheres, que têm sido alvo de um renovado interesse no âmbito dos modernos estudos sobre a literatura feminina e o estatuto das mulheres.

Pormenorizada biografia estruturada em 47 parágrafos. Nos três primeiros o autor descreve o nascimento e infância da biografada, em que afirma que os que a conheceram a consideravam santa desde que nasceu. Nos parágrafos quarto a dezasseis descreve a sua entrada no Convento, a sua vida de religiosa, as visões, êxtases, o exercício de penitências, modéstia, frugalidade e obediência aos seus directores espirituais e confessores. São também descritas a sua comunhão constante com Deus e a comunicação com os Anjos e os Santos. O parágrafo doze é consagrado a descrever o fenómeno em que a Santa estando no seu convento apareceu ao mesmo tempo no México onde converteu muitos indígenas. Os parágrafos 17 e 18 descrevem a sua elevação a abadessa do Convento e a maneira como exerceu as suas funções. Nos parágrafos 19 a 28 o autor descreve o mandato que recebeu para escrever a sua grande obra - Mística Cidade de Deus a sua vida espiritual e outras obras que escreveu nessa época como - Leis da Esposa. No 29 é descrita a sua relação com o Rei Filipe IV, que a viu em 10 de Julho de 1643, muito a admirava e a considerava uma conselheira e guia espiritual. Nos 30 e 31 é narrada a sua bondade com os fiéis e com as suas monjas. Os 32 a 36 descrevem os obstáculos e dificuldades que venceu para escrever a sua grande obra; 37 as virtudes a fé e a esperança, 38 a sua caridade; 39 a sua prudência; 40 a sua justiça; 41 a sua Fortaleza; 42 a sua Temperança; 43 as Graças recebidas; 44 a preparação para morrer; 45 os prenúncios da morte; 46 a sua morte; e 47 as suas exéquias.

Soror Maria de Jesus, de seu nome Maria Coronel y Arana, (Ágreda, Soria, 2 de Abril de 1602 - 1665) Professou em 13 de Janeiro de 1619, no convento das Descalças da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, Ordem fundada pela portuguesa Santa Beatriz da Silva. O Convento foi instalado na casa dos seus pais, em Ágreda, que numa decisão muito própria da religiosidade dos Séculos XV a XVIII, entraram todos em ordens religiosas franciscanas, o pai e dois filhos por um lado e a mãe e a irmã de Soror Maria de Jesus, que o fizeram no mesmo convento da filha e irmã.

A sua celebridade repousa na santidade da sua vida, mas em especial no facto de ter sido autora, entre diversas outras obras, do tratado - Mística Ciudad de Dios, Madrid, 1670, a obra mais notável do período final da mística espanhola no século XVII, vivência religiosa que predominou entre 1485 e 1750, sendo considerado um milagre o facto de ter escrito uma obra tão extraordinária.

Esteve envolvida em polémicas (certos passos da sua obra foram vistos como pornográficos), foi denunciada à Inquisição Espanhola em 1672, sofreu condenações da Inquisição Romana, da Universidade da Sorbonne, ambas em 1696, e foi incluída no Índex Romano de livros proibidos de 1713, mas, apesar das referidas incompreensões, conta hoje centenas de edições, traduções e versões resumidas, sendo considerada um dos grandes tratados de mariologia de todos os tempos.

Foi conselheira espiritual do Rei Filipe IV (conservam-se cerca de 600 cartas suas dirigidas ao rei), é autora de cerca de 400 cartas a diversas pessoas e de tratados religiosos.

Fr. José Ximenes Samaniego ( - ) Foi o 72.º Ministro geral da Ordem dos Frades Menores, de 1676 a 1682, visitou as províncias Portuguesas da ordem, nessa qualidade, em 1678, e elaborou, a pedido de Frei António das Chagas, o Estatuto do Seminário de Missionários Apostólicos do Varatojo, que foi aprovado pelo breve Ex iniuncto Nobis divinitus do papa Inocêncio XI.

 In octavo. 15.5x11 cm. [ii], 458 pp. Contemporary full parchment binding, with handwritten title on the spine. Preserves the leather ties.

Copy with curling in the binding, loose at the bottom and with small flaws in the parchment. With coeval handwritten ownership title on the title page from Josefa Benedita Peregrina Correia da Costa.

Very important work of hagiography for the study of Spanish mysticism and for the study of works written by women, which have been the subject of renewed interest in modern studies of women"s literature and the status of women.

A detailed biography structured in 47 paragraphs. In the first three, the author describes the birth and childhood of the biographer, stating that those who knew her considered her a saint from birth. The fourth to sixteenth paragraphs describe her entry into the convent, her life as a nun, her visions, ecstasies, penance, modesty, frugality and obedience to her spiritual directors and confessors. Her constant communion with God and communication with angels and saints are also described. Paragraph twelve is devoted to describing the phenomenon in which the Saint, while in her convent, appeared at the same time in Mexico, where she converted many indigenous people. Paragraphs 17 and 18 describe her elevation to abbess of the convent and the way she carried out her duties. In paragraphs 19 to 28, the author describes the mandate she received to write her great work - Mística Cidade de Deus - her spiritual life and other works she wrote at the time, such as Leis da Esposa. In 29, she describes her relationship with King Filipe IV, who saw her on 10 July 1643, admired her greatly and considered her a counsellor and spiritual guide. Nos. 30 and 31 tell of her kindness to the faithful and her nuns. Nos. 32 to 36 describe the obstacles and difficulties she overcame to write her great work; 37 the virtues of faith and hope; 38 her charity; 39 her prudence; 40 her justice; 41 her fortitude; 42 her temperance; 43 the graces she received; 44 her preparation to die; 45 the forebodings of death; 46 her death; and 47 her obsequies.

Maria Coronel y Arana, (Ágreda, Soria, 2 April 1602 - 1665) was professed on 13 January 1619, under the religious name of Maria de Jesus de Àgreda, in the convent of the Discalced of the Immaculate Conception of the Mother of God, an Order founded by the Portuguese Saint Beatriz da Silva. The convent was set up in the house of her parents in Ágreda, who, in a decision very typical of the religiosity of the 15th to 18th centuries, all entered Franciscan religious orders, the father and two sons on the one hand, and the mother and sister of Soror Maria de Jesus, who did so in the same convent as their daughter and sister.

Her celebrity lies in the holiness of her life, but especially in the fact that she was the author, among several other works, of the treatise - Mística Ciudad de Dios, Madrid, 1670, the most remarkable work of the final period of Spanish mysticism in the 17th century, a religious experience that predominated between 1485 and 1750, and it is considered a miracle that she wrote such an extraordinary work.

She was involved in controversies (certain actions were seen as pornographic), was denounced to the Spanish Inquisition in 1672, suffered condemnations from the Roman Inquisition, the Sorbonne University, both in 1696, and was included in the Roman Index of forbidden books in 1713, but, despite the aforementioned misunderstandings, it now has hundreds of editions, translations and abridged versions, and is considered one of the great Mariology treatises of all time.

She was a spiritual counsellor to King Filipe IV (around 600 of her letters to the king have been preserved), and is the author of around 400 letters to various people and religious treatises.

Fr José Ximenes Samaniego ( - ) was the 72nd Minister General of the Order of Friars Minor from 1676 to 1682, visited the Portuguese provinces of the order in this capacity in 1678, and drew up, at the request of Friar António das Chagas, the Statute of the Seminary of Apostolic Missionaries of Varatojo, which was approved by the Brief em>Ex iniuncto Nobis divinitus of Pope Innocent XI.

Referências/References:
Palau (1990) VII, 237.