I. & II. PARTE Escritas No Idioma Italiano pelo Veneravel Padre D. LOURENÇO SCUPOLI, Clerigo Regular e agora novamente traduzidas em Portuguez Pelo Padre DOM THOMÁS BEQUEMAN, Preposito da Casa de N. Senhora da Divina Providencia. LISBOA, Na Officina de VALENTIM DA COSTA Deslandes, Impressor de S. Magestade, & à sua custa. M.DCCVII. [1707]. Com todas as licenças necessarias, & Privilegio Real.

De 16x11 cm. Com [lxiv], 492, [xi], [i em br.] págs. Encadernação em pergaminho flexível, com o título manuscrito na lombada e remanescentes de um fita na pasta posterior que serviria para fechar o livro.

Inclui belos cabeções, vinhetas, inciais decoradas e florões de remate xilogravados ao longo da obra, destacando-se o florão da biografia do autor com o trigrama sagrado geralmente usado pela Companhia de Jesus e o cabeção na introdução da obra e na página 235 com as armas do reino de Portugal.

Exemplar com a pasta anterior parcialmente separada do miolo. Apresenta extensas notas manuscrita a tinta nas folhas de guarda, ex-libris xilogravado na folha de anterrosto, assinatura de posse coeva rasurada na folha de rosto e manchas de humidade em algumas folhas, mais notáveis nas primeiras e nas últimas.

Primeiras páginas não numeradas com dedicatórias do tradutor e do autor a Jesus Cristo; prólogo ao leitor; elogios à obra tirados das cartas de S. Francisco de Sales, bispo de Genebra; notícia biográfica do autor com base nas Historias dos Clerigos Regulares, liv. 6 part. 2; uma extensa introdução à obra de 29 páginas, provavelmente da autoria do tradutor.

A segunda parte, a partir da página 233, contém: Apendice ou acrescentamento ao Combate Espiritual; Estrada do Paraiso, ou da paz interior; Das Dores mentais de Cristo na sua Paixão; Do modo de consolar e ajudar os enfermos a bem morrer.

Obra clássica da espiritualidade cristã escrita pelo padre italiano Lourenço Scupoli no final do século XVI. Conhecida pela sua doutrina sobre a batalha espiritual e a busca pela santidade.

Oferece um guia prático para alcançar a santidade através da luta espiritual travada por todo o cristão na sua jornada de fé. Através de uma visão holística, enfatiza a importância da vigilância espiritual, da oração e da humildade como fundamentos para uma vida espiritual frutífera, incluindo vários conselhos sobre como o devoto pode cultivar as suas virtudes e fortalecer a relação com Deus.

De influência significativa ao longo dos séculos, como se pode comprovar pelas várias edições que teve, a obra ainda hoje continua a ser lida e estudada por cristãos de todas as denominações.

Dr. Tomás Bequeman, (Madalena, Lisboa, 1660 - Lisboa, 1729) frade Teatino, Professou o sagrado instituto dos Clérigos Regulares Teatinos a 10 de Março de 1680 no convento de Lisboa, onde exercitou o ministério de Orador Evangélico com geral aceitação. Devido a sofrer de uma falta de vista aguda e evitando dar esse facto a conhecer recorria a outros religiosos que lhe fizessem as leituras que rapidamente memorizava aparentando assim conseguir ler. Por isso, passou a Itália onde aprendeu na cidade de Florença a Óptica de um insigne professor desta ciência, na qual saiu eminente fabricando com suma perfeição óculos de ver ao longe e ao perto. É autor das seguintes obras:  Ramalhete de Nove Açucenas, Lisboa por Miguel Deslandes impressor d’El-Rei 1685; Sermão da gloriosíssima Virgem Maria Senhora nossa com o título da Divina Providência, pregado na Dominga segunda post Epifania, 14 de Janeiro de 1691; Sermão Segundo da Gloriosíssima Virgem Maria Nossa Senhora com o título da Divina Providência, pregado na sexta da Irmandade das Escravas na Dominga Segunda post Epifania a 15 de Janeiro de 1696; Foi autor da segunda tradução de Combate Espiritual, de Lourenço Scupoli. Deivou manuscrita a obra de referência da óptica: Tratado em que se ensina com doutrinas especulativas, e práticas toda a sorte de lavrar vidros, cameras escuras, lenternas (sic) mágicas, e outras curiosidades dignas de se saberem dos que têm propensão à arte óptica.  

Lorenzo Scupoli (Otranto, c. 1530 - Nápoles, 1610) sacerdote italiano e escritor, ingressou na Ordem dos Clérigos Regulares Teatinos, em 1569 e foi ordenado sacerdote em 1577. Escreveu o O Combate Espiritual, um dos clássicos da espiritualidade católica. Foi discípulo de Santo André Avelino e a sua obra muito recomendada por S. Francisco de Sales. 

Inocêncio XIX, 271, 428

Barbosa Machado, III, 741