LISBOA: NA IMPRESSÃO REGIA. Anno 1818. Com licença.

De 28,5x22,5 cm. Com 7, [i em br.], [i] págs. Brochado com sobrecapa de proteção.

Ilustrado com um mapa desdobrável de 27,5x41,5 cm. dos Correios Assistentes de Portugal e a sua correspondência ou “giro do Correio” entre os mesmos e a Administração Geral de Lisboa. O mapa inclui duas cartelas: uma com observações, adornada com simples motivos tipográficos; e outra com o título, encimada pelo brasão real com motivos vegetalistas e uma cortina que cai pelas laterais. Curioso notar que o mapa representa Portugal continental na horizontal, com oeste em baixo e este em cima. Apresenta o brasão real português na folha de rosto.

Muito raro. Inocêncio não refere.

De grande utilidade para a época, é exemplo paradigmático da situação dos correios durante os inícios do século XIX. A tabela e o mapa seriam utilizados como guia para as autoridades e para a população em geral dirigirem com acerto as suas correspondências e saberem com precisão os dias em que deveriam esperar pelas respostas, incluindo até algumas advertências acerca de correspondência internacional.

Em 1520, D. Manuel I publicou a Carta Régia que criava o ofício de Correio-mor. Este era um serviço público e que podia ser utilizado por qualquer cidadão mediante o pagamento do serviço de transporte da correspondência. Em 1606, D. Filipe II vendeu este negócio à família Gomes da Mata por 70 000 cruzados, tornando-se assim um serviço privado até ao reinado de D. Maria I, com a criação da Administração das Postas, Correios e Diligências de terra e mar, em 1797, que fica sobre a alçada do Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros.

Com a nomeação de José Diogo de Mascarenhas Neto para Superintendente Geral do Correio e Postas do Reino dá-se início a uma nova dinâmica dos correios, recorrendo para isso à publicação de diversa regulamentação para o bom desempenho do serviço público. Editaram-se duas publicações de grande utilidade nesta época: O Regulamento Geral para o Correio e suas dependências, (Lisboa, Oficina de António Rodrigues Galhardo, 1815), reunindo diversos diplomas datados de 1805 a 1811; Tabela dos dias de partida e chegada dos Correios, acompanhada de um mapa que demonstra o giro do Correio e sua mútua correspondência, (Lisboa, Impressão Régia, 1818).

A distribuição da correspondência, bastante condicionada pelas más condições das estradas do país, era feita sobretudo a pé ou a cavalo com percursos bem definidos. Eram, então, 125 as terras do País que tinham correio, uma, duas ou três vezes por semana. De Lisboa partia o Correio às Segundas, Quartas e Sábados; às 6 e meia da tarde; e ao Porto, por exemplo, chegava respectivamente às Quintas, Sábados e Terças.

 TABLE OF THE DAYS OF DEPARTURE AND ARRIVAL OF THE MAIL, ACCOMPANIED BY A MAP SHOWING THE MOVEMENT OF MAIL AND THEIR MUTUAL CORRESPONDENCE.

28.5x22.5 cm. 7, [i in bl.], [i] pages. Paperback with protection cover. Illustrated with a fold-out map of the Assistant Post Offices of Portugal and their correspondence or "giro do Correio" (Mail route) between them and the Lisbon General Administration. It's interesting to note that the map shows mainland Portugal horizontally, with west at the bottom and east at the top.

Portuguese royal coat of arms on the title page.

Very rare. Inocêncio doesn't mention it.

Very useful for the time, it is a paradigmatic example of the situation of the post office at the beginning of the 19th century.

In 1520, King Manuel I published the Royal Charter that created the office of Postmaster General. This was a public service that could be used by any citizen by paying for the service of transporting mail. In 1606, King Filipe II sold this business to the Gomes da Mata family for 70,000 cruzados, thus making it a private service until the reign of Queen Maria I, with the creation of the Administration of Post Offices, Mail and Land and Sea diligence in 1797, which came under the Minister and Secretary of State for Foreign Affairs.

With the appointment of José Diogo de Mascarenhas Neto as General Superintendent of the Mail and Post Office of the Kingdom, a new dynamic began for the post office, which resorted to the publication of various regulations for the proper performance of the public service. Two very useful publications were published at this time: O Regulamento Geral para o Correio e suas dependências (The General Regulations for the Post Office and its dependencies), (Lisboa, Oficina de António Rodrigues Galhardo, 1815), bringing together various diplomas dating from 1805 to 1811; Tabela dos dias de partida e chegada dos Correios, acompanhada de um mapa que demonstra o giro do Correio e sua mútua correspondência, (Table of postal departure and arrival days, accompanied by a map showing the post office's rota and their mutual correspondence), (Lisboa, Impressão Régia, 1818).

The distribution of mail, which was very limited due to the poor condition of the country's roads, was mainly done on foot or on horseback along well-defined routes. At the time, 125 parts of the country had post once, twice or three times a week. The post left Lisbon on Mondays, Wednesdays and Saturdays; at half past six in the evening; and arrived in Porto, for example, on Thursdays, Saturdays and Tuesdays respectively.