RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

Recuperar password

Livros disponiveis: 79705

English   
 
   

Clique nas imagens para aumentar.



MALVAUX. (Jean) ALBUM FOTOGRAFICO ILHA DE S. THOMÉ. ESPÉCIES ARBÓREAS DA ROÇA BOA ENTRADA. [ÁLBUM + MONOGRAFIA 1906]

São Tomé e Príncipe, Roça Boa Entrada. 1909.

Livro oblongo de 30,5x38,5 cm. Com 22 folhas de cartão espesso (3mm e 1mm). Encadernação com lombada em pele e pastas em tela encerada, com ferros a ouro na lombada e nas pastas.

Titulo atribuído. Está gravado na encadernação: ILHA DE S. THOMÉ. ROÇA “BOA ENTRADA” 1909.

Ilustrado com 22 reproduções fotográficas (as n.º 5, 9, 12, 15, 21 estão reproduzidas na monografia, correspondendo às 25, 26, 28, 27 e 29, respectivamente) montadas na frente das folhas de cartão. Cada fotografia tem uma legenda manuscrita no pé da folha, onde se lê:

1- Occi (Eriodendron anfractuosum) abatido em 1896.
2- Grupo de palemeiras Eloeis Guineensis
3- Castilhoa mexicano 3 annos [sem homem]
4- Castilhoa mexicano 3 annos [com homem e legenda]
5- Castilloa – 5 1/2 annos - Dezembro 1900 a Junho 1905.
6- Castilhoas e Heveas – 5 1/2 annos - Dezembro 1900 a Junho 1905.
7- Hevia braziliensis, 3 annos [sem homem]
8- Hevia braziliensis, 3 annos [com homem e legenda]
9- Manioth Glaziosi – 3 annos – 8 metros.
10- Cryptostegia Mascarenhensis
11- Ágavia 15 annos (1905)
12- Mangueira
13- Papaija em plena producção
14- Palmeira Caryota Urens
15- Castilloas e Heveas – 5 1/2 annos - Dezembro 1900 a Junho 1905.
16- Agavias mexicanas
17- Ágavias
18- Tamarindeiro (Tamarindos indico)
19- Bambus
20- Tronco de Oça morto
21- Tronco de Oçà Eriodendron anfractuosum 26m de circunferencia a 1,80m de altura.
22- Ocà (Eriodendron anfractuosum) abatido em 1896.

As fotografias estão orientadas na vertical, até à 14, e na horizontal a partir da 15. A maior parte das fotos faz-se acompanhar de um homem junto das árvores fotografadas, para se ter uma melhor noção das suas dimensões, com exceção das 3 e 8. Outras incluem ainda uma legenda a branco gravada na própria fotografia: «Boa Entrada S Thomé», nomeadamente as 4 e 7. No verso da 21 está uma nota manuscrita a lápis, com a cópia da legenda.

Primeira e última folha, mais espessas e com fundo branco. Restantes com fundo cinzento e margem em torno da fotografia formada por um filete simples branco.

Este álbum fotográfico apresenta uma recolha visual dalgumas espécies de árvores, na maior parte de grande porte, que se podiam encontrar na roça Boa Entrada. Estas terão sido trazidas de climas tropicais da África continental, para proporcionarem a sombra necessária e indispensável ao crescimento das plantas de cacau, essenciais para o comércio da Roça.

VISITA DO PRÍNCIPE

Em 1907, D. Luís Filipe, príncipe herdeiro de Portugal, empreendeu uma visita às colónias portuguesas em África. A comitiva partiu de Lisboa pelas 13 horas do dia 01.07.1907 e, nos três meses seguintes, visitou quase todas as colónias de Portugal tendo ficado três dias em S. Tomé, onde visitou a roça Boa Entrada. Parte destas fotografias terá sido elaborada para um álbum, em 1907, que comemoraria a dita visita. A Ilustração, de 22 julho 1907, descreve pormenorizadamente a visita do príncipe à roça Boa entrada. O príncipe fez-se fotografar junto de algumas das maiores árvores, por ter gostado das mesmas.

Esta visita é descrita pelo comandante do paquete «Africa», Guilherme A. Vidal Júnior, na obra «No Commando do Africa», Lisboa, 1915:

«O dia treze de Julho amanheceu lindissimo e fresco, soprando a briza do Sul, chamada a gravâna n’esta região. Foi o segundo dia de permanencia em S. Thomé e podemos affirmar que consagrado pelo Principe Real para visitar as roças ou propriedades agricolas, ficando verdadeiramente maravilhado com a grandiosa obra agricola que observou em S. Thomé, principalmente nas importantes propriedades: Rio do Ouro, do sr. Conde de Valle Flôr; Companhia da Ilha do Principe. [...]

As propriedades Rio do Ouro e Boa Entrada são uma verdadeira maravilha.

Só entrando n’esse Eden, que é toda a parte cultivada da ilha, se avalia a obra gigantesca, collossal e inimitavel dos benemeritos agricultores de S. Thomé que tão injustamente tem sido apreciados e calumniosamente maculádos não só pelos inimigos de Portugal e do seu progresso colonial, mas tambem por aventureiros e syndicatos que para fins illicitos procuram deprimir essa grande obra! Appareçam em S. Thomé e só ahi apreciarão então o valor dos serviços prestados á civilisação africana e a um emprehendimento colonial que é uma honra para Portugal e para todos esses que ahi exercem a sua actividade. [...]

Às quatro horas da tarde, em companhia do sr Conde de Valle Flôr, seguiu-se em carros para a propriedade Boa Entrada, sendo ahi gentilmenteesperados pelo Sr. Henrique Mendonça na dependencia Agua Casada, de onde todas em decauville seguiram para a séde.

A Boa Entrada é um perfeito jardim de fino gosto e onde se apreciam os cuidados e o trabalho util na agricultura. Nada de valôr e recursos falta n’essa propriedade e até as instalações de electricidade são o que se póde encontrar de melhor. Em completa producção e desenvolvimento actua uma enorme rêde de via ferrea para transportes, que liga essa propriedade em todas as direcções, evitando assim o maior trabalho braçal.

Foram visitadas as suas varias installações: fornalhas, seccadouros, officinas, luz electrica, hospital, etc.,e um viveiro de plantas de borracha que Sua Alteza muito apreciou, seguindo-se depois para a habitação onde foi servido um delicado «lunch» offerecido pelo sr. Henrique Mendonça. Às sete horas, depois de Sua Alteza manifestar o seu agrado n’esta visita e de dirigir elogiosas palavras ao sr. Mendonça, todos retiraram para o Rio do Ouro.»

Tem junto:

MONTEIRO DE MENDONÇA. (Henrique José), A.R. e José António Salvado Mata. S. THOMÉ A ROÇA «BOA ENTRADA». Africa Occidental Portugueza. Typographia «A Editora». Lisboa. 1906.

Exemplar com assinatura de posse de Carlos Ribeiro na capa anterior e etiqueta de cota da sua biblioteca na folha de rosto.

De 26,5x20,5 cm. Com 63, [iv], [i em br.], 31, [i], [iii] págs. Encadernação com lombada e cantos em pele, com ferros a ouro na lombada.

Ilustrado no texto com quadros estatísticos e contabilísticos; em extratexto, com 31 gravuras impressas em papel couché com vários aspetos da propriedade, nomeadamente: conjuntos de construções, habitações principais, processos da cultura e produção do cacau, oficinas, fábricas, ferrovias, hospitais, sanzalas, grupos de trabalhadores, etc. As fotografias encontram-se assinadas, no pé, pelo estúdio Jean Malvaux S.A — empresa belga fundada em 1884 por Jean Malvaux, que se tornou num dos estúdios mais dinâmico e com melhor desempenho no domínio dos processos de impressão fotomecânicos no início do século XX.

Exemplar com manchas na capa de brochura anterior.

Monografia da roça Boa Entrada com detalhadas descrições geográficas, sociais e estatísticas comerciais, dedicada à Sociedade de Geografia de Lisboa. Os textos são da autoria do então proprietário, Monteiro de Mendonça, e de um autor com as iniciais A. R., que não foi possível identificar. Reúne relatórios médicos, da autoria de José Antonio Salvado Mata, acerca da população da roça, onde se aborda o estado do alcoolismo e da geofagia na população da roça.

ACERCA DA ROÇA BOA ENTRADA

A Roça Boa Entrada era uma das mais antigas e importantes propriedades agrícolas de São Tomé e Príncipe, tendo desempenhado um papel de destaque na investigação científica agrónoma realizada na colónia. Foi fundada na década de 70, século XIX, por Alfredo dos Santos Pinto. Mas foi sobre a mão de Henrique José Monteiro de Mendonça que a roça se viu amplamente desenvolvida. Situava-se no extremo norte de São Tomé, a zona mais baixa de toda a ilha.

Monteiro de Mendonça, que auferiu posse da propriedade por casamento, em 1890, com D. Carolina dos Santos Pinto, levou a cabo um forte investimento no aperfeiçoamento do sistema agrícola da Roça, nomeadamente através da introdução de processos de cunho marcadamente industrial e da construção de relevantes infraestruturas de carácter assistencial, constituindo-se um importante paradigma dentro do universo das Roças de São Tomé e Príncipe. A título de exemplo é de referir a inauguração do hospital em 1892 e a construção de sanzalas para serviçais de características de vanguarda, quer no que se refere à sua organização, quer no que se refere ao sistema construtivo empregado.

Ainda que não se tratasse de uma das maiores explorações da colónia, quer em área de cultivo ou em número de dependências, ou de trabalhadores, terá sido a mais produtiva, chegando a ser considerada uma das maiores produtoras de cacau do mundo.

Monteiro de Mendonça abraçou a obrigação europeia de civilizar e proteger o trabalhador africano. A busca por este ideal fez com que, no decorrer dos anos, Mendonça experimentasse o plantio de novos produtos, melhorasse o método de recolha e preparação do cacau, com recurso à contratação de eminentes botânicos e agrónomos, e efetuasse profundos investimentos tanto no melhoramento do edificado, como na aquisição e implementação de equipamentos de produção e de infraestruturação de última geração.

Para além das infraestruturas supracitadas – um hospital, com um edifício exclusivo ao tratamento de doenças contagiosas, e novas e modernas acomodações para os trabalhadores – é também de salientar a construção de um sanatório junto ao mar, de uma creche para crianças, de uma escola de instrução primária e de uma escola de música, com a sua respetiva charanga. Monteiro de Mendonça construiu ainda cerca de 24 quilómetros lineares de estrada com seis metros de largura que serviria de base para as linhas de Decauville e 18 quilómetros de estradas que percorriam as plantações destinadas a facilitar a coleta e transporte dos produtos agrícolas.

Roça é um termo, que deriva da expressão «roçar o mato» — abate de árvores, desmate ou desflorestamento —, designa as estruturas agrárias que se desenvolveram no arquipélago de São Tomé e Príncipe entre os finais do século XVIII e os inícios do século XX, durante o ciclo do café e do cacau. Foram de extrema importância e determinaram o desenvolvimento da forma da paisagem, do território e dos contextos arquitetónicos e urbanos destas ilhas africanas.

A organização interna das roças teve como base a estrutura de «engenho» (operação de cana-de-açúcar) amplamente implementada no Brasil. Contudo, do engenho para a roça, deu-se um grande salto, não só devido à necessidade de adaptação às novas exigências do negócio do cacau, mas também pelas mudanças trazidas pela abolição da escravatura em muitos países europeus durante a primeira metade do século XIX e a subsequente proibição do tráfico de escravos e da importação de mão de obra escrava.

Um dos primeiros sinais da modernização destas estruturas foi a implementação de uma rede de bens e serviços de saúde e educação, através da construção de hospitais, creches e escolas — serviços estes que eram estendidos a toda a população trabalhadora e residente da roça (uma situação excecional quando comparada com a de outras colónias portuguesas e mesmo com a de Portugal, onde é estimado que apenas 15% da população tenha tido acesso a este tipo de serviços). As roças permitiram que as ilhas recebessem as primeiras infraestruturas, habitações e equipamentos da época contemporânea, ou seja, tecnicamente atualizados, cumprindo um importante papel de urbanização sistemática e generalizada, que se estendeu por todo o arquipélago e foi fundamental para o seu desenvolvimento.

Numa época de ouro, em que São Tomé e Príncipe era o maior exportador mundial de cacau, a indústria interna da roça sustentava tanto a empresa a que pertencia como as dependências e empresas vizinhas.

Henrique José Monteiro de Mendonça (Lisboa, 1864 – Lisboa, 1942) foi formado pela Escola Académica de Lisboa e membro da Sociedade de Geografia de Lisboa. Começou por colecionar e estudar publicações relativas às colónias, especialmente aquelas diretamente relacionadas com a temática da plantação agrícola. Chegou a São Tomé como funcionário da Alfândega da Ilha, no entanto, rapidamente se empregou no comércio. Com interesses comerciais que se estendiam muito para além do cacau, abarcando também o têxtil e os diamantes, Henrique José Monteiro de Mendonça foi uma figura bastante experimentada e conceituada no panorama empresarial nacional. No seu currículo figuram passagens pelas administrações do Burnay Bank, do Banco Nacional Ultramarino e da Companhia da Ilha do Príncipe, mas também incursões pelo sector público, tendo trabalhado no Museu de Arte Antiga em Lisboa e numa série de organizações de apoio a vítimas de desastres naturais.

 Oblong book measuring 30.5x38.5 cm. With 22 sheets of thick cardboard (3mm and 1mm). Bound with leather spine and waxed canvas boards, with gilt lettering on the spine and boards.

Attributed title. Engraved on the binding: ILHA DE S. THOMÉ. ROÇA "BOA ENTRADA" 1909.

Illustrated with 22 photographic reproductions (numbers 5, 9, 15, 12, 21 are reproduced in the book) mounted on the front of cardboard sheets. Each photograph has a handwritten caption at the foot of the page, which reads:

1- Occi (Eriodendron anfractuosum) abatido em 1896.
2- Grupo de palemeiras Eloeis Guineensis
3- Castilhoa mexicano 3 annos [sem homem]
4- Castilhoa mexicano 3 annos [com homem e legenda]
5- Castilloa – 5 1/2 annos - Dezembro 1900 a Junho 1905.
6- Castilhoas e Heveas – 5 1/2 annos - Dezembro 1900 a Junho 1905.
7- Hevia braziliensis, 3 annos [sem homem]
8- Hevia braziliensis, 3 annos [com homem e legenda]
9- Manioth Glaziosi – 3 annos – 8 metros.
10- Cryptostegia Mascarenhensis
11- Ágavia 15 annos (1905)
12- Mangueira
13- Papaija em plena producção
14- Palmeira Caryota Urens
15- Castilloas e Heveas – 5 1/2 annos - Dezembro 1900 a Junho 1905.
16- Agavias mexicanas
17- Ágavias
18- Tamarindeiro (Tamarindos indico)
19- Bambus
20- Tronco de Oça morto
21- Tronco de Oçà Eriodendron anfractuosum 26m de circunferencia a 1,80m de altura.
22- Ocà (Eriodendron anfractuosum) abatido em 1896.

The photographs are orientated vertically up to 14 and horizontally from 15 onwards. Most of the photos are accompanied by a man standing next to the trees being photographed, in order to get a better idea of their size, with the exception of 3 and 8. Others also include a caption in white engraved on the photo itself: "Boa Entrada S Thomé", namely 4 and 7. On the back of 21 is a handwritten note in pencil with a copy of the caption.

First and last pages, thicker and with a white background. The rest have a grey background and a frame around the photograph formed by a simple white fillet.

This photo album presents a visual collection of some of the species of trees, most of them large, that could be found in the Roça (Plantation) Boa Entrada. These were brought from the tropical climates of continental Africa to provide the necessary and indispensable shade for the growth of the cocoa plants, which were essential for the Roça's trade.

VISITA DO PRÍNCIPE

In 1907, Luís Filipe, Crown Prince of Portugal, undertook a visit to the Portuguese colonies in Africa. The entourage left Lisbon at 1pm on 1 July 1907 and, over the next three months, visited almost all of Portugal's colonies, spending three days in São Tomé, where he visited the Roça Boa Entrada. Some of these photographs were taken for an album in 1907 to commemorate the visit. Ilustração, of 22 July 1907, describes the prince's visit to the Boa Entrada plantation in detail. The prince had himself photographed next to some of the largest trees, because he liked them.

This visit is described by the commander of the liner "Africa", Guilherme A. Vidal Júnior, in his work "No Commando do Africa", Lisbon, 1915:

« The thirteenth of July dawned beautifully cool and breezy, with the breeze from the south, in this area called gravâna blowing in. It was the second day of our stay in S. Thomé and we can say that the Prince Royal consecrated it to visit the farmsteads or agricultural properties, and he was truly amazed by the great agricultural work he saw in S. Thomé, especially in the important properties: Rio do Ouro, bellonging to Count de Valle Flôr; Companhia da Ilha do Principe. [...]

The properties Rio do Ouro e Boa Entrada are a real wonder.

Only by entering this Eden, which is the entire cultivated part of the island, can you appreciate the gigantic, colossal and inimitable work of the benevolent farmers of S. Thomé who have been so unjustly criticised and slanderously tarnished not only by the enemies of Portugal and its colonial progress, but also by adventurers and syndicates who, for illicit purposes, seek to depress this great work! Show up in São Thomé and only then will you appreciate the value of the services rendered to African civilisation and to a colonial enterprise that is an honour for Portugal and for all those who work there. [...]

At four o'clock in the afternoon, in the company of Count de Valle Flôr, we went by car to the estate Boa Entrada, and were kindly received by Mr Henrique Mendonça on the premises of Agua Casada, from where they all went to the headquarters in decauville.

The Boa Entrada It is a perfect garden of fine taste and where care and useful agricultural labour are appreciated. There is nothing lacking in value and resources on this estate and even the electricity installations are the best you can find. In full production and development, there is a huge network of railways for transport, which connect the property in all directions, thus avoiding the greatest manual labour.

We visited its various facilities: furnaces, drying rooms, workshops, electric light, hospital, etc., and a rubber plant nursery that His Highness greatly appreciated, and then we went to the living quarters where we were served a delicate «lunch» offered by Mr Henrique Mendonça. At seven o'clock, after His Highness had expressed his pleasure at this visit and had spoken complimentary words to Mr Mendonça, everyone retired to the Rio do Ouro.»

Together with:

MONTEIRO DE MENDONÇA. (Henrique José), A.R. e José António Salvado Mata. S. THOMÉ A ROÇA «BOA ENTRADA». Africa Occidental Portugueza. Typographia «A Editora». Lisboa. 1906.

Copy with Carlos Ribeiro's handwritten ownership title on the front cover and his library's shelf label on the title page.

26.5x20.5 cm. 63, [iv], [i in bl.], 31, [i], [iii] pp. Bound with leather spine and corners, with gilt spine.

Illustrated in the text with statistical and accounting tables; hors-texte, with 31 engravings printed on coated paper showing various aspects of the estate, namely: sets of buildings, main dwellings, cocoa cultivation and production processes, workshops, factories, railways, hospitals, sanzalas, groups of workers, etc. Among these photographs are 5, 9, 15, 12 and 21, which are in the album described above. The photographs are signed at the bottom by the studio Jean Malvaux S.A — Belgian company founded in 1884 by Jean Malvaux, which became one of the most dynamic and best-performing studios in the field of photomechanical printing processes at the beginning of the 20th century..

Copy with stains on the front cover.

Monograph of the Roça Boa Entrada with detailed geographical and social descriptions and commercial statistics, dedicated to the Lisbon Geographical Society. The texts were written by the then owner, Monteiro de Mendonça, and by an author with the initials A. R., who could not be identified. It includes medical reports by José Antonio Salvado Mata on the population, which discusses the state of alcoholism and geophagy in the population of the plantation.

ABOUT ROÇA BOA ENTRADA

The Roça Boa Entrada was one of the oldest and most important agricultural properties in São Tomé and Príncipe and played a leading role in scientific agronomic research in the colony. It was founded in the 1970s by Alfredo dos Santos Pinto. But it was under the leadership of Henrique José Monteiro de Mendonça that the plantation was largely developed. It was located in the far north of São Tomé, the lowest part of the island.

Monteiro de Mendonça, who came into possession of the property by marriage in 1890 to Lady Carolina dos Santos Pinto, invested heavily in improving the Roça's agricultural system, namely by introducing industrial processes and building important welfare infrastructures, becoming an important paradigm within the universe of Roças in São Tomé and Príncipe. For example, the hospital was inaugurated in 1892 and the sanzalas for servants were built with avant-garde characteristics, both in terms of their organisation and the construction system used.

Although it wasn't one of the largest holdings in the colony, either in terms of cultivated area or number of dependencies or workers, it was the most productive, and was even considered one of the largest cocoa producers in the world.

Monteiro de Mendonça embraced the European obligation to civilise and protect the African worker. In pursuit of this ideal, over the years Mendonça experimented with the planting of new products, improved the method of collecting and preparing cocoa by hiring eminent botanists and agronomists, and made deep investments both in improving the buildings and in acquiring and implementing state-of-the-art production and infrastructure equipment.

In addition to the aforementioned infrastructures - a hospital, with a building exclusively for the treatment of contagious diseases, and new, modern accommodation for workers - it is also worth highlighting the construction of a sanatorium by the sea, child care, a primary school and a music school, with its respective charanga (music band usually composed only of wind instruments, although it can also include timbales.). Monteiro de Mendonça also built around 24 linear kilometres of six-metre-wide road that would serve as the base for the Decauville lines and 18 kilometres of roads that ran through the plantations to facilitate the collection and transport of agricultural produce.

Roça is a term that derives from the expression "roçar o mato" - tree felling, clearing or deforestation - and designates the agrarian structures that developed in the archipelago of São Tomé and Príncipe between the end of the 18th century and the beginning of the 20th century, during the coffee and cocoa cycle. They were extremely important and determined the development of the shape of the landscape, the territory and the architectural and urban contexts of these African islands.

The internal organisation of the roças was based on the "engenho" (sugar cane operation), structure widely implemented in Brazil. However, there was a big leap from the engenho to the roça, not only because of the need to adapt to the new demands of the cocoa business, but also because of the changes brought about by the abolition of slavery in many European countries during the first half of the 19th century and the subsequent ban on the slave trade and the importation of slave labour.

One of the first signs of the modernisation of these structures was the implementation of a network of health and education goods and services, through the construction of hospitals, child care and schools - services that were extended to the entire working and resident population of the roça (an exceptional situation when compared to other Portuguese colonies and even Portugal, where it is estimated that only 15% of the population had access to this type of service). The roças allowed the islands to receive the first infrastructure, housing and equipment of the contemporary era, i.e. technically up-to-date, fulfilling an important role in systematic and widespread urbanisation, which extended throughout the archipelago and was fundamental to its development.

In a golden age, when São Tomé and Príncipe was the world's largest cocoa exporter, the plantation's internal industry supported both the company to which it belonged and neighbouring dependencies and companies.

Henrique José Monteiro de Mendonça (Lisbon, 1864 - Lisbon, 1942) was a graduate of the Lisbon Academic School and a member of the Lisbon Geographical Society. He began by collecting and studying publications on the colonies, especially those directly related to agricultural planting. He arrived in São Tomé as an employee of the island's customs office, but soon became employed in commerce. With business interests that extended far beyond cocoa to include textiles and diamonds, Henrique José Monteiro de Mendonça was a highly experienced and respected figure on the national business scene. His curriculum vitae includes stints on the boards of Burnay Bank, Banco Nacional Ultramarino and Companhia da Ilha do Príncipe, but also forays into the public sector, having worked at the Museum of Ancient Art in Lisbon and in a number of organisations supporting victims of natural disasters.

Referências/References:

Ilustração Portugueza, 22 de Julho de 1907.

Occidente, 30 de Agosto de 1907.

VIDAL JÚNIOR. (Guilherme A.) No Commando do Africa. Papelaria, Typographia e Encadernação Santos. Lisboa, 1915.

FERNANDES. (José Manuel) et al. São Tomé and Príncipe: Cities, Terrain and Architecture. 2013.

MACHADO DA SILVA. (Hugo Alexandre Fernandes) A Descodificação da Roça de São Tomé e Príncipe: Génese, processo e lógicas espaciais. Tese de Doutoramento em Arquitectura Orientada pelo Professor Emérito Sergio Leopoldo Fernandez Santos, apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. 2016.

O PRÍNCIPE REAL LUIZ FILIPE DE BRAGANÇA 1887 - 1908. Edições Inapa. Lisboa. 1998.


Temáticas

Referência: 2311SB009


Caixa de sugestões
A sua opinião é importante para nós.
Se encontrou um preço incorrecto, um erro ou um problema técnico nesta página, por favor avise-nos.
Caixa de sugestões
 
Multibanco PayPal MasterCard Visa American Express

Serviços

AVALIAÇÕES E COMPRA

ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

free counters