Poema Heroico da Fundação da Monarquia Portugueza pelo Senhor Rey D. Alfonso Henriques Offerecido Á Magestade Fidelissima D"El-Rey Nosso Senhor D. JOÃO VI. Por Antonio José Osorio de Pina Leitão Cavalleiro da Ordem de Christo, Dezembargador da Relação da Baía. Bahia: na Typog. de Manoel Antonio da Silva Serva, 1818. Com as licenças necessarias.

In 8.º de 20x14 cm. Com 278 págs. Encadernação da época, inteira de pele, com rótulo e ferros a ouro. Cortes das folhas pintados de azul. Ilustrado com três retratos desenhados por A. do Carmo e gravados por J. J. de Sousa: de D. João VI, em face da folha de rosto, de D. Afonso Henriques em face da página 3 e do autor em face da página 169.

Impressão toda em caracteres redondos, com excepção dos títulos do autor e do registo das licenças na folha de rosto, que estão em itálico. Pequeno florão decorativo na folha de rosto e cabeções constituídos por pequenas vinhetas tipográficas no início de cada canto.

Exemplar com a encadernação desgastada, em especial nos cantos e com restauros na lombada. Com rubrica em letra coeva no pé da gravura de D. João VI, com pequenos picos de traça restaurados no pé das páginas 73 a 88 e junto ao festo desde a página 115 ao fim, que por vezes atingem o texto, mas não impedem a leitura.

Muito raro. Não é referido por Borba de Morais. De grande importância para a história da tipografia e da arte da gravura no Brasil, pois Manuel António da Silva Serva estabeleceu em 1811 a primeira tipografia da Baía e a primeira empresa privada do ramo, no Brasil, onde só existia a Imprensa Régia no Rio de Janeiro.

O poema é constituído por doze cantos, com 790 oitavas e 6320 versos. O Poeta usa o maravilhoso cristão, pois é um Arcanjo que vaticina a Afonso Henriques as suas gloriosas empresas. Usando a profecia, descreve muitos dos factos da história de Portugal, até ao tempo do reinado de D. João VI.

Joaquim Inácio Ferreira de Sousa (Lisboa, 1781? - Rio de Janeiro? 1820?) Estudou na Aula Pública de Desenho, desde 1796, com Eleutério Manuel de Barros. Trabalhou para a Impressão Régia e no Brasil gravou uma extensa colecção de retratos de personagens históricas (ver Ernesto Soares, História, n.º 1946 a 2000.

António José Osório de Pina Leitão (Manigoto, Pinhel, 1781 - Rio de Janeiro, 1825) Cavaleiro da Ordem de Cristo, Bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi Desembargador da Relação da Baía e adquiriu a nacionalidade brasileira por ocasião da independência do Brasil. É autor das seguintes obras: Tradução livre, ou imitação das Geórgicas de Virgílio, e outras mais composições poéticas. Lisboa, na Typ. Nunesiana 1794. É uma tradução em verso solto, premiada pela Academia das Ciências de Lisboa, em sessão pública de 12 de Maio de 1790, recebeu elogios de Bocage. Publicou também folhetos com poesias em louvor de D. João VI.

 In octavo. 20x14 cm. 278 pp. Contemporary full leather binding with red label and gilt tools on spine. Mottled blue edges. Illustrated with three portraits drawn by A. do Carmo and engraved by J. J. de Sousa: King João VI on the title page, King Afonso Henriques on page 3 and the author on page 169.

Printed entirely in round characters, with the exception of the titles, the author and the register of licences on the title page, which are in italics. Small decorative fleuron on the title page and headpieces made up of small typographic vignettes at the beginning of each canto.

Copy with worn binding, especially at the corners and with restorations on the spine. With rubric in coeval lettering at the foot of the engraving of King João VI, with small moth holes restored at the foot of pages 73 to 88 and next to the inner hinge from page 115 to the end, which sometimes affect the text, but do not prevent reading.

Very rare. Not mentioned by Borba de Morais. Of great importance to the history of typography and the art of engraving in Brazil, as Manuel António da Silva Serva established the first printing press in Baía in 1811 and the first private company in the field in Brazil, where only the Imprensa Régia existed in Rio de Janeiro.

The poem consists of twelve cantos, with 790 octaves and 6320 verses. The poet uses the “marvellous Christian” ambience, as it is an Archangel who prophesies to Afonso Henriques his glorious undertakings. Using prophecy, he describes many of the facts of Portugal"s history up to the time of the reign of King João VI.

Joaquim Inácio Ferreira de Sousa (Lisbon, 1781? - Rio de Janeiro? 1820?) Studied at the Aula Pública de Desenho from 1796 with Eleutério Manuel de Barros. He worked for the Impressão Régia and in Brazil he engraved an extensive collection of portraits of historical figures (see Ernesto Soares, História, no. 1946 to 2000.

António José Osório de Pina Leitão (Manigoto, Pinhel, 1781 - Rio de Janeiro, 1825) Knight of the Order of Christ, Bachelor of Laws from the University of Coimbra, was a Judge of the Court of Appeal of Baía and acquired Brazilian nationality at the time of Brazil"s independence. He is the author of the following works: Tradução livre, ou imitação das Geórgicas de Virgílio, e outras mais composições poéticas. Lisboa, in Typ. Nunesiana 1794. It is a translation in blank verse, awarded by the Lisbon Academy of Sciences in a public session on 12 May 1790, and praised by Bocage. He also published pamphlets with poetry in praise of King João VI.

Referências/References:

Palmira de Morais Rocha de Almeida. Dicionário de autores no Brasil colonial. Colibri, Lisboa. 2010, p. 291.

Ernesto Soares - História da gravura. Lisboa, 1971, p. 594-598, n.º 2001, a), b) e c).

Cabral do Nascimento. Poemas narrativos, 1949, p. 44-45,

Sacramento Blake, I, p. 219.

Monteverde, 3893.

Fernandes Tomás, 3916.

Inocêncio, I, p. 174.