A true relation of the lands of the Prester John being narrative of the Portuguese Embassy to Ethiopia in 1520 written by... The translation of Lord Stanley of Aderley (1881) revised and edited with additional material by C. F. Beckingham and G. W. B. Huntingford. Cambridge. Volume I, Second Series Nº. CXIV [Volume II, Second Series Nº. CXV]. The University Press. Cambridge. 1961.

2 Volumes de 22,5x14,5 cm. Com xvi,617 págs. com numeração seguida do vol. I ao II. Encadernação do editor em tela, com ferros a ouro na lombada epasta anterior. Ilustrado no texto e em extratexto com desenhos, gravuras, pinturas, plantas e projectos arquitectónicos a preto e branco.

Volume I contém desdobrável com mapa da "Ethiopia in 1520. The Kingdom of Lebna Dengel." e a "Title -page of the Portuguese first edition of Alvares, prnted at Lisbon in 1540", nas folhas preliminares.

Volume II contém mapa  de "Amhara and Shoa, as depicted in a Venetian map of 1588" entre a folha de anterrosto e a folha de rosto e mapa da "Ethiopia, in Gastaldi´s map of Africa published at Venice in 1564" em desdobrável acondicionado em bolsa predestinada para o efeito em ranhura no interior da pasta posterior.

O Preste João foi um lendário soberano cristão do Oriente que detinha funções de patriarca e rei, correspondendo, na verdade, ao Imperador da Etiópia. Diz-se que era um homem virtuoso e um governante generoso. O seu reino foi objecto de uma busca que instigou a imaginação de gerações de aventureiros, mas que sempre permaneceu fora de seu alcance. Nele condensam-se o reino cristão-monofisita da Abissínia e os cristãos nestorianos da Ásia Central. Diz-se também que era descendente de Baltasar, um dos Três Reis Magos. Como notícias palpáveis desse império cristão eram escassas, dilatava-se a fantasia em redor do seu reino: falava-se de monstros vários (entre os quais os homens com cabeça de cão), paisagens edénicas, etc. O Inferno e o Paraíso num só território. 

As notícias (em forma de lenda) do Preste João chegavam à Europa pela boca de embaixadores, peregrinos e mercadores, sendo depois confirmadas pelo infante D. Pedro, que viajara "pelas sete partidas do mundo", e ainda pelo seu inimigo D. Afonso, conde de Barcelos, que fizera peregrinação à Terra Santa.

Em 1487, D. João II envia Afonso de Paiva para investigar a localização do mítico reino (que corresponde à actual Etiópia) na tentativa de torná-lo aliado numa possível expedição à Índia, em fase de planeamento. Embora tenha morrido antes de comunicar o relatório, Pêro da Covilhã — que o tinha acompanhado até se separarem e este ir fazer um reconhecimento da Índia — iria mais tarde completar a sua missão. Foram os relatos de Pêro da Covilhã a Francisco Álvares que permitiram saber muito da história que este último descreve no seu livro Verdadeira Informação das Terras do Preste João das Índias.