[Por] Luiz Francisco Rebello. Editorial Caminho. Lisboa. 1980.

De 18,5x12 cm. Com 128 págs. Brochado. Ilustrado com fac-similes. Exemplar com etiqueta da editora.

Contém inscrito na capa de brochura posterior o seguinte: A quatro séculos da sua morte, Camões continua a ser, como em vida o foi, um poeta incómodo - sobretudo para aqueles que "amam somente mandos e riqueza/simulando justiça e integridade" e na prática vivem de "despir e roubar o pobre povo". O seu teatro, embora possa considerar-se apenas um afluente da sua obra lírica, e esta por sua vez  um rio caudaloso que vai desaguar no vasto oceano quer são Os Lusíadas, tem sido por isso mesmo esquecido ou subalternaizado, situação injusta que este livro se propõe rever.

Para obter o amor de uma mulher, um Deus vê-se obrigado atoma a forma humana;um rei cede ao seufilho a sua própria mulher, por quem este morre de amor; e a diferença aparente de condição social não impede dois irmãos fidalgos de amarem, ele uma pastora, ela um criado de seu pai. Sem pretender reduzir a este esquema simplificador a trama das três comédias que Camões nos legou - compostas entre os seus 20 e 30 anos -, aí está condensado o essencial de uma mensagem revolucionária para a época em que foram escritas:a omnipotência do amor, mais forte que a vontade dos deuses e que as convenções sociais, o triunfo das leis da natureza.