Com um prologo por Pinheiro Chagas. Segunda edição. Livraria Chardron de Lello & Irmão, editores. Porto. 1911.

De 19x13 cm. Com xxv, [i], 309, [i] págs. Encadernação com lombada em pele, com nervos e ferros a ouro e folhas de guarda decorativas. Corte das folhas carminado à cabeça. Não preserva as capas de brochura.

Exemplar com assinatura de posse manuscrita na página v. Contém ainda uma etiqueta do encadernador «A. David», Lisboa, no verso da folha de guarda anterior, da encadernação.

Primeiro volume de uma série de estudos humoristicos da vida lisboeta, sendo sucedido de «Lisboa em Camisa». Vale notar que cada um dos volumes «fórma por si um corpo separado, completo, independente [...] ligando-os apenas a intenção critica e a identidade do processo, o estudo alegre, rapido, procurando ferir sempre a nota comica, e ao mesmo tempo a nota verdadeira, da vida actual de Lisboa, nas suas differentes espheras d'acção».

«A comédia de Lisboa», começou por ser um conjunto de folhetins originalmente publicados por Gervásio Lobato, no Diário da Manhã. Posteriormente foram reunidos de forma a compor um romance, publicado em 1878. A obra, de carácter satírico, insere-se no movimento realista e retrata a sociedade lisboeta do século XIX.

A impressão que o autor deixa acerca da sociedade é, apesar do humor com que a tempera, fortemente negativa: "a nossa sociedade, a nossa e todas, está insípida, positiva, egoísta e interesseira. Os grandes amores legendários já não a agitam, domina-a só o cálculo, o interesse, o bem-estar. Não têm dramas, têm farsas; não têm punhais, têm apitos."