Por José Agostinho de Macedo. Nº 1. Lisboa. Na Typografia de Bulhões. Anno 1828. Com Licença da Meza do Desembargo do Paço. [a Nº 26. Lisboa: Na Impressão Regia. Anno 1829.] + Número Inédito, que o seu Auctor não chegou a concluir. Lisboa: Na Impressão Regia. Anno 1831.] 

In 8º de 20,8x15 cm. Com 418, 8, [ii] págs. Encadernação da época com lombada e cantos em pele com rótulo e ferros a ouro.  Folhas de guarda com marca de água com motivo vegetalista. Corte de folhas pintalgado a azul.

Conjunto de 26 números com 16 páginas cada um, em que os números 1, 8 e 15 e o número extra têm a página final em branco e o número 25 tem 18 páginas.

Exemplar com vestígios de etiqueta na pasta anterior e com ligeiro desgaste nos cantos das pastas e no pé e à cabeça da lombada.

Periódico todo escrito por José Agostinho de Macedo que começou a ser publicado em Julho de 1828, pouco tempo depois de D. Miguel ter regressado a Portugal e ter sido proclamado rei pelas cortes a 23 de Junho de 1828. Entretanto, em resposta, os Liberais apoiantes de D. Pedro IV instalaram uma Junta Governativa em Angra, que começou a ser reforçada com militares e que derrotou uma reacção de forças Miguelistas no combate do Pico do Seleiro, na Ilha Terceira a 4 de Outubro de 1828. Até 1831 vão suceder-se outras batalhas terrestres e navais nos Açores. 

Macedo designa os liberais como a Besta que é preciso esfolar, traça a sua origem desde a Revolução Francesa, designa as acções dos Liberais, como os coices da Besta e desenvolve os artigos nestes termos, com grande violência de linguagem. Por ocasião da publicação do número 27, Macedo foi chamado ao Desembargo do Paço, que impediu a publicação desse número e admoestou o autor para que moderasse a sua linguagem. Macedo preferiu deixar de continuar a escrever este periódico em vez de alterar os seus violentos ataques pessoais e incitamentos à violência. Só voltou a publicar um periódico neste estilo - O Desengano, em 1830 - quando conseguiu que as suas publicações fossem analisadas por um censor favorável.        

Inocêncio Francisco da Silva. Memórias para a Vida Íntima de José Agostinho de Macedo. Obra organizada por Teófilo Braga. Lisboa. 1898. Pág. 135-145 e 230. 

Inocêncio IV, 197.