Em que se escrevem chronologicamente os naufragios que tiveraõ as Naos de Portugal, depois que se poz em exercicio a Navegaçaõ da India. TOMO PRIMEIRO [e] SEGUNDO OFFERECIDO Á Augusta Magestade do Muito Alto e Muito Poderoso Rey. D. JOAÕ V. Nosso Senhor. POR BERNARDO GOMES DE BRITO. LISBOA OCCIDENTAL. Na Officina da CongregaçAÕ do Oratório, M. DCC. XXXV [1735], M. DCC. XXXVI. [1736]. Com todas as licenças necessarias. Edições Afrodite/Fernando Ribeiro de Mello. Lisboa. 1971, 1972.

2 volumes de 18,5x13 cm. Com xxxi, 384; xxxiii a lxiv, 385 a 815, lxv a cxvi págs. Com numeração seguida do 1.º ao 2.º volume. Brochado.

Ilustrado com fac-símiles das folhas preliminares da 1.ª edição, sobre papel couché, e com desenhos de Cruzeiro Seixas e Eurico no 1.º volume e de Carlos Calvet e José Escada no 2.º volume. 

Comentários de Fernando Luso Soares, José Saramago e Maria Lúcia Lepecki.

A História Trágico-Marítima é uma colecção de narrativas, conhecidas por «relações», de naufrágios ocorridos entre 1552 e 1602 com navios portugueses. Estas «relações» eram normalmente publicadas em folhetos pouco após os naufrágios. Os que as escreveram, ora são sobreviventes dos naufrágios, ora indivíduos de certa cultura a quem foram contados os pormenores dos mesmos por algum sobrevivente.

No século XVIII, Bernardo Gomes de Brito decidiu reunir em dois volumes todas essas relações, sendo publicado o primeiro em 1735 e o segundo em 1736. Diogo Barbosa Machado dá-nos notícia que o compilador tinha prontos para impressão mais três volumes, que não chegou a publicar. O relato mais famoso é a Relação da mui notável perda do Galeão Grande S. João, que terá influenciado Camões no Canto IV de Os Lusíadas.