Pela Companhia Central e Peninsular e pela sua sucessora a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, desde 1852 a 1882.

S. l. [Paris], S. n. S. d. [1883?]

In fólio de 31,5x22,5 cm. Com 321, [iii], [xxiv] págs.

Encadernação da época com lombada em pele com ferros a ouro, com o seguinte nome e título: P. J. Lopes. Relatorio de Caminhos de Ferro.   

Ilustrado no texto, policopiado sobre papel encorpado, com quadros de dados técnicos sobre as estações, obras de arte e o traçado das linhas de caminho de ferro e nas páginas finais com 12 quadros estatísticos e gráficos a cores em folhas desdobráveis de grandes dimensões. 

Exemplar com falta da folha de rosto, com a encadernação cansada apresentando desgastes nas pastas, em especial nos cantos da pasta anterior, com perda de material. Aprsenta uma anotação coeva manuscrita a tinta na folha de guarda e anotações a lápis ao longo do texto.    

Segundo aquela anotação terão sido tirados 50 exemplares deste relatório que, na maior parte foram destruídos em Paris pelo Comité da Companhia em 1884, restando apenas cerca de 6 exemplares.   

Relatório muito raro, que reúne, de uma forma estruturada, grande quantidade de informação sobre o período inicial da construção e exploração dos Caminhos de Ferro em Portugal.  

A Companhia Central Peninsular dos Caminhos de Ferro de Portugal, mais conhecida como Companhia Peninsular, foi a primeira empresa ferroviária portuguesa, que construiu o troço entre Lisboa e o Carregado da Linha do Norte em Portugal. Constituída pelo empresário britânico Hardy Hislop, em 1853, foi extinta em 1857.   

Por dificuldades financeiras da Companhia Peninsular, o governo elaborou um novo contrato, em 30 de Julho, com o empresário espanhol José de Salamanca y Mayol, que formou a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, para construir a ligação ferroviária das Linhas do Norte e Leste. Os estatutos desta empresa foram elaborados em 12 de Dezembro, e aprovados no dia 22 do mesmo mês, tendo a empresa sido formalmente constituída em 11 de Maio de 1860, embora o decreto que oficializou este acto só tenha sido publicado em 20 de Junho. Em 25 de Junho de 1865, a Companhia Real adquiriu os direitos de exploração da Linha do Norte a José de Salamanca; no dia 10 de Novembro, a escritura pública foi aprovada e o troço já construído, entre Lisboa e Ponte da Asseca, passou para a Companhia.