|
|
RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA. |
|
Clique nas imagens para aumentar. PROCESSIONARIUM AD VSVM, CANONICORVM REGULARIUM CÕGREGATIONIS S. CRUCIS CONIMBR. ORDINIS S. P. AUG.JVXTA CEREMONIALEM EIVSDEMOR. dinis, & formam novi Missalis, ac Breviarij æditorum ex decreto Sacrosancti Concilij Tridentini. COIMBRA: Com todas as licenças necessarias. Na Officina de Manoel Rodrigues de Almeyda. 1695. De 17,5x11,5 cm. Com [ii br.], [ii], 109, [i], [ii br.] folhas. Encadernação inteira de pele semi-flexível, com 3 nervos e 4 casas. Ferros a seco a fazerem molduras formadas por filetes simples na lombada e nas pastas. Ilustrado na folha de rosto com uma vinheta aberta em chapa de metal, com um cordeiro apoiado sobre uma cruz, em moldura oval ao centro ornamentada com elementos vegetalistas e antropomórficos, apresentando a legenda: «Vidi supta montein Slon Agnum stantem. Sumpsit. Ordo Canonicus in Monte Sion Exordium». Impressão a vermelho e preto. Inicial decorada com motivos vegetalistas no primeiro fólio. Os pentagramas e os títulos a vermelho; a notação musical (os neumas, as claves e as sílabas do texto cantado) a preto. Exemplar com manchas e pequenas falhas na encadernação. O miolo encontra-se solto da pasta anterior, com a lombada exposta. Folha 54 numerada 45, 56—59, 105—10. As folhas 28 e 57 estão inumeradas. Licenças na segunda folha não numerada de Pimenta, Castro, Foyos, Azevedo, Serraõ, Melo P., Noronha, Ribeiro e Cerqueyra. Livro muito raro, de edição única. A Bilblioteca Nacional não tem qualquer exemplar e apenas dois no Catálogo da Universidade de Coimbra. Este processionário, livro que contém cânticos e orações para procissões, foi elaborado pelo Mosteiro de Santa Cruz e destinava-se aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Reúne 23 cantos gregorianos. Os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho (Ordo Canonicus Regularis Sancti Augustini) são membros de uma ordem religiosa católica que seguem a Regra de Santo Agostinho. Esta ordem, fundada no século XI, é conhecida pela sua ênfase na vida comunitária, disciplina e dedicação à liturgia e à pastoral. A Regra de Santo Agostinho nasceu da aplicação do ideal monástico à vida clerical e é uma das mais antigas e influentes regras monásticas. Eram clérigos que viviam em comunidade sob a jurisdição do bispo, observando uma regra específica. Esta forma de vida religiosa, distinta do monasticismo tradicional, surgiu no século X, como resposta da Igreja às indisciplinas e imoralidades no clero diocesano. Com o tempo, muitas dessas comunidades adotaram a Regra de Santo Agostinho, levando à distinção entre os cónegos seculares, que viviam sob a dependência do bispo e mantinham as suas posses, e os cónegos regulares, que seguiam uma regra de vida comunitária, renunciavam aos bens e professavam votos de pobreza. Sob o pontificado de Inocêncio II (1130-1143), a adoção da Regra de Santo Agostinho pelas comunidades de cónegos regulares foi formalizada. Em Portugal, a Congregação de Santa Cruz de Coimbra teve grande relevância. Fundado em 1131, o Mosteiro de Santa Cruz tornou-se um centro de espiritualidade, cultura e ação social, recebendo apoio do Rei D. Afonso Henriques e orientação do seu primeiro Prior, São Teotónio. O mosteiro tornou-se independente do poder episcopal e recebeu diversos privilégios papais. Os membros desta congregação seguiam rigorosamente a liturgia e as práticas devocionais definidas pela Igreja, especialmente aquelas estipuladas pelo Concílio de Trento (1545-1563), que buscava reformar e padronizar os ritos eclesiásticos em resposta à Reforma Protestante. O «Processionarium ad usum, Canonicorum Regularium Congregationis S. Crucis Conimbr. Ordinis S. P. Aug.», é um exemplo da rigorosa observância litúrgica dos cónegos regulares. Este processionário foi elaborado para uso específico dos cónegos da Congregação de Santa Cruz, alinhando-se ao cerimonial da ordem e ao novo missal e breviário decretados pelo Concílio de Trento, garantindo a uniformidade e a ortodoxia das práticas litúrgicas. Reflete a devoção dos cónegos e a sua adesão às normas tridentinas, destacando a importância da liturgia na vida religiosa agostiniana. O Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra desempenhou um papel crucial não só na vida religiosa, mas também na vida cultural e política de Portugal. Além de ser um importante centro espiritual, foi um local de produção intelectual, onde se realizaram grandes avanços na educação e na preservação do conhecimento. Os monges e cónegos do mosteiro eram conhecidos pelas suas contribuições à teologia, filosofia, eclesiologia e outras áreas do saber, produzindo manuscritos e livros que enriqueceram o património cultural do país. A biblioteca do mosteiro era uma das mais importantes da época, abrigando uma vasta coleção de obras raras e preciosas. Ademais, o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra teve um impacto duradouro na formação da identidade nacional portuguesa. Como um dos primeiros estabelecimentos religiosos a receber apoio direto da monarquia, tornou-se um símbolo da aliança entre a Igreja e o Estado. Esta relação foi fundamental para a consolidação do Reino de Portugal, especialmente durante o período da Reconquista. O mosteiro serviu como panteão real, sendo o local de sepultamento de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, e de seu filho, D. Sancho I. Este vínculo fortaleceu a legitimidade da monarquia nascente e promoveu a unidade nacional em torno de um centro espiritual e cultural de grande prestígio. A importância do Mosteiro de Santa Cruz estendeu-se também à sua influência na arquitectura e na arte, onde as suas construções e decorações serviram de modelo para outras instituições religiosas em Portugal e além. Referências/References: Referência: 1604NM036
Local: M-9-C-55 Caixa de sugestões A sua opinião é importante para nós. Se encontrou um preço incorrecto, um erro ou um problema técnico nesta página, por favor avise-nos. |
Pesquisa Simples |
||
|