De 13x19,3 cm. Com 13 fotografias impressas sobre base postal. Cerca 1970.

Encadernação em pele marroquim vermelho com ferros a seco e a ouro na pasta anterior.

Junto com um acervo de 8 fotografias repetidas (e diferentes entre si); e junto com 2 tabelas de preços desta firma comercial, encontrando-se uma tabela manuscrita (de 1936) com preço e a outra tabela em branco (de 1956).

Neste catálogo encontram-se representadas 57 garrafas diferentes.

Esta firma lisboeta produtora local, e apenas para o mercado nacional, pode ser dada como exemplo na utilização de belas garrafas e rótulos muito ingénuos, coloridos e divertidos que foi a característica visível mais marcante dos licores populares produzidos desde o final do século XIX e durante a primeira metade do século XX.

Esta empresa utilizou garrafas com o seu nome em relevo no vidro. Produziu uma garrafa com o feitio aproximado de uma guitarra e garrafas figurativas de jogadores, no entanto ambos os modelos não constam neste catálogo.

Francisco Dias era o nome do proprietário da fábrica de licores (ultimamente na Travessa de São Tomé, nº 7 R/C) que em 1931 estava estabelecido no largo da Portas do Sol, 6 e 7, em Lisboa. O edifício já não existe, mas as fotografias da época (existentes no Arquivo fotográfico da CML) mostram as suas grandes dimensões. A empresa, como então era moda, tomou o nome do seu proprietário «Francisco Dias» que em 1935 mudou a designação para «Francisco Dias, Limitada». Foi nesse ano que registou igualmente a insígnia que consistia numa estrela de cinco pontas, dentro de um círculo de onde saíam múltiplos raios, e tendo no centro as letras «FD» e que aparece nos rótulos das garrafas. Um dos seus primeiros produtos, registado em 1931, foi o «Creme de Licor Cae Bem» com uma imagem moderna. Seguiu-se, ainda em 1931, o «Creme de Anis Escarchado; em 1935 para além de uma «Aguardente fina» registou a marca «Chega-m’isso», um creme em que utilizava novamente no rótulo um casal a brindar, desta vez com a figura feminina com um copo e a masculina com uma garrafa na mão.

A última marca conhecida foi designada «Pretinha», não sendo explicitado de que tipo de bebida se tratava, e produziu ainda um licor designado «Lutador» e ginjinha.

Em 1944 o seu nome constava da lista de fabricantes de licores publicada pelo «Grande Anuário de Portugal». No «Guia Profissional de Portugal», de 1964, existe um anúncio seu, como fabricantes de licores e xaropes. Existia ainda em 1971, de acordo com o «Informador Comercial e Industrial de Lisboa».

Segundo informação recolhida na proveniência deste catálogo esta fábrica esteve em actividade entre 1935 e 1995.

  Catalogue of the Liqueur company Francisco Dias, Limitada

Dim.: 13x19.3 cm with 13 photos printed on postcards. Ca. 1970.

Binding: red Morocco with gilt and blind tools on the front board.

Together with 8 repeated photos (different from each other) and 2 pricelists of this company, one handwritten from 1936 and the other one in blank dated 1956.

In this catalogue there are depicted 57 different bottles.

This Portuguese company from Lisbon only worked the national market and it is an example on the use of beautiful bottles and fun and colourful labels, this being one of the more important features of the popular liqueurs produced between the late 1900’s and the first half of the 20th century.

This company used bottles with their name embossed on the glass, they produced a guitar-shaped bottle, as well has bottles depicting football players (neither is included in this catalogue though).

Bibliografia/Bibliography: Pereira, Ana Marques, Licores de Portugal.