De 37x27 cm.

Retrato com legenda: “João Francisco de Oliveira, do Conselho de Sua Magestade Fidelissima, &c., &c., &c. Nasc[ido] na Cidade do Funchal (Ilha da Madeira) em 9 de Março de 1761. Grav[ado] em Lithographia em Nov[embro] 1822". Litografia desenhada por Pradier e abertas na Litografia de Langlumé e de l’Abbaye, nº4”.

Contém no pé da gravura o brasão do retratado com o moto: “No sibi, sed aliis” (Não para si, mas para os outros).

Exemplar com picos de oxidação natural do papel.

 ENGRAVED PORTRAIT. 19th CENTURY. MADEIRA ISLAND. 1822. 1 folium (37x27 cm). Picture with caption: "João Francisco de Oliveira, of His Majesty Council. Born in the City of Funchal (Madeira Island) on March 9, 1761.

Engraved in Lithographia on November, 1822. Lithography drawn by Pradier and open in the Lithography Langlumé and l"Abbaye, nº4. At the botom of portrait stands the coat-of-arms with the motto: "In sibi, sed aliis" (Not for himself, but for others). Copy with foxing due to natural paper oxidation.

 O Dr. João Francisco de Oliveira (1761-1829) nasceu no Funchal em 1761, sendo filho de abastados proprietários da cidade. Matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e o seu doutoramento realizou-se em 1785. Foi em 1787 encarregado da substituição de uma das cadeiras da Universidade, mas não chegou a entrar no exercício do professorado desconhecendo-se os motivos que o levaram a abandonar a carreira universitária. Regressou à Madeira, e depois de alguma permanência no Funchal, de novo em Lisboa iniciou o exercício da clínica.

A fama que adquiriu como clínico indigitou-o para médico do Paço Real, nomeado físico-mor ou cirurgião em chefe do Exército. No desempenho deste lugar escreveu um regulamento dos hospitais militares que na época era tido como um trabalho de grande valor.

Gozou da maior consideração do Paço e teve a particular estima de D. João VI, então príncipe regente, que lhe dispensou várias mercês, sendo o príncipe e a princesa D. Carlota Joaquina padrinhos a alguns dos seus filhos. João Francisco de Oliveira foi Ministro Plenipotenciário em Inglaterra e no desempenho deste cargo teve notável distinção, granjeando as boas graças da corte inglesa e prestando relevantes serviços ao seu país.

Foi eleito deputado pela Madeira, na legislatura de 1822 a 1823, advogando com o maior interesse as necessidades deste arquipélago no seio da representação nacional, tornando-se notável o discurso que proferiu na sessão de 5 de Fevereiro de 1823, em que propôs a adopção de importantes medidas para combater a crise do comércio e da agricultura madeirenses.

Entre os alvitres que apresentou contam-se o da criação do Banco do Funchal, destinado a prestar auxílio aos comerciantes e lavradores; a organização de uma companhia para a exportação de vinhos; a importação de géneros, e a construção de um cais em frente à alfândega.

Na direcção dos negócios da Santa Casa da Misericórdia desta cidade foi provedor e prestou serviços muito relevantes, conservando-se ainda hoje o seu retrato na sala de sessões.

Foi por essa época que o Dr. Oliveira criou junto ao Hospital de Santa Isabel uma aula de cirurgia, de cuja regência gratuita ele próprio se encarregou, propondo então ao governo central o plano do estabelecimento de uma escola médica que obteve aprovação superior, mas nunca chegou a ter inteira execução.

Pouco antes da sua morte fixou novamente residência em Lisboa e aqui veio a falecer em Dezembro de 1829.