RUGENDAS. (Johann Moritz) HABITANTE DE GOYAS, QUADRO A ÓLEO PINTADO SOBRE MADEIRA.

     
 
 

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FREYRE. (Gilberto) O LUSO E O TRÓPICO.

Sugestões em torno dos métodos portugueses de integração de povos autóctones e de culturas diferentes da europeia num complexo novo de civilização: o luso-tropical. Congresso Internacional de História dos Descobrimentos. Comissão Executiva das Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique. Lisboa. 1961.

De 25x18 cm. Com xi, 312 págs. Brochado.

Escrita pelo sociólogo e historiógrafo Gilberto de Mello Freyre (Recife, 1900-1987), esta obra integra um conjunto de muitas outras que se dedicam a estudar as relações de Portugal com os trópicos. A presente, reúne de forma unificada alguns ensaios, em parte inéditos, que incidem sobre o tema do luso-tropicalismo - uma teoria desenvolvida por Freyre que, em traços gerais, postula a especial capacidade de adaptação dos portugueses aos trópicos, não por interesse político ou económico, mas por empatia inata e criadora; exaltando a transnacionalidade da cultura portuguesa.

Nos anos 30 e 40, o Estado Novo ignorou ou rejeitou a tese de Gilberto Freyre, devido à importância que conferia à mestiçagem, à interpenetração de culturas, à herança árabe e africana na génese do povo português e das sociedades criadas pela colonização lusa. Contudo, com o final da 2.ª Guerra Mundial, surge uma crescente pressão internacional favorável à autodeterminação dos territórios coloniais, que obrigará o Estado a delinear uma argumentação capaz de legitimar a manutenção do status quo nas colónias portuguesas. É a partir desta altura que as obras de Gilberto Freyre tomam uma nova dimensão, pois a teoria do luso-tropicalismo torna-se de enorme utilidade para o fortalecimento da ideia de «unidade da nação pluricontinental portuguesa». O regime salazarista soube apropriar-se de uma versão simplificada e nacionalista do luso-tropicalismo para se defender das pressões da comunidade internacional, sobretudo no quadro da ONU, mas também em campanhas de propaganda e na política externa. Paralelamente, assistiu-se à penetração do luso-tropicalismo no meio académico e científico.

A propaganda procurou incutir nos portugueses a ideia da benignidade da colonização lusa, contribuindo para a consolidação da autoimagem em que os portugueses melhor se reveem: a de um povo tolerante, fraterno, plástico e de vocação ecuménica. O risco actual do luso-tropicalismo está em continuar a ser usado como dispositivo retórico, numa perspectiva acrítica e imobilista. Ontem, para legitimar o colonialismo português; hoje, para alimentar o mito da tolerância racial dos portugueses e até de um nacionalismo português integrador e universalista, em contraposição aos «maus» nacionalismos, fechados, etnocêntricos e xenófobos.

Importante subsídio ao estudo da história de Portugal durante o regime do Estado Novo.

Ref.: Cláudia Castelo, O luso-tropicalismo e o colonialismo português tardio.


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Referência: 1107JC127
Local: I-19-B-16


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