Organização, introdução e notas de Daniel Pires. Fundação Oriente. Lisboa. 1993.
De 24x17 cm. Com 165, [ii] págs. Brochado.
Da introdução:
«Escrever - livros e cartas - constituía para Wenceslau de Moraes um acto de catarse, uma compensação para a extrema solidão que lhe alongava os dias, uma ponte erigida para o mundo. Wenceslau de Moraes viveu grande parte da sua vida longa da terra natal, dos familiares e amigos. Com efeito, desde a sua juventude começou a trilhar as sete partidas do mundo - Estados Unidos, Médio Oriente, Moçambique, Timor, Macau, China e Japão - primeiramente na qualidade de oficial da Marinha e, mais tarde, de Cônsul. As suas estadias em Portugal foram, portanto, breves e pouco frequentes, sendo a última vez que pisou a terra portuguesa em 1891.
Revelam-nos estas cartas a depressão que sempre acompanhou Wenceslau de Moraes, as fracturas afectivas sucessivas, o relacionamento difícil com o outro, a sua sensibilidade dorida, a insegurança que sentia relativamente à sua obra, a relação tempestuosa mantida com a chinesa Vong-Ioc-Chan, com os seus filhos, José de Sousa Moraes e João de Sousa Moraes...»